Parece estarmos dentro de um filme de terror. Num País com níveis de desigualdades, em que, os seis maiores bilionários juntos possuem riqueza equivalente à da metade mais pobre da população, no qual 80% vive com renda inferior a dois salários mínimos, precisávamos de uma reforma Trabalhista que dificultasse ainda mais o fortalecimento de trabalhos qualificados, empregos de maior duração, salários dignos e possibilidade de aposentar-se?
A resposta pode estar justamente, na trajetória ascendente que vínhamos fazendo no sentido de diminuir os contrastes. Nos últimos 15 anos, retiramos 28 milhões de pessoas da linha da pobreza.
Segundo estudos, isso ocorreu em função de aumento real do salário mínimo e da formalização do mercado de trabalho, do aumento do gasto social em educação e em programas de transferência direta de recursos.
Então nos perguntamos: se a fórmula estava dando certo, por que propor uma reforma Trabalhista cujo antídoto é justamente o inverso: flexibilização das garantias trabalhistas e diminuição dos direitos sociais?
Quem está propondo não busca um País mais justo e democrático como promulgamos na Constituição Cidadã, de 1988. Deseja manter privilégios e assegurar que não avancemos na construção cidadã, na mudança cultural pautada na inclusão e da diversidade e no aprendizado essencial de que a luta por direitos é legítima. Preserva-se assim, a farsa de que é apenas pelo mérito individual que as pessoas conquistam (e não pela oportunidade).
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