A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo a previsão do crescimento da economia brasileira. Se no final de 2018 a previsão era que o país cresceria em torno de 2,5%, a estimativa atual caiu para 1,9%, especialmente em função das previsões de desaquecimento da economia mundial. Se somarmos a isso às incertezas que o novo governo brasileiro coloca à retomada dos investimentos, podemos ter um cenário em que a taxa de crescimento da economia nacional estacione na casa de 1,5%.
O mercado esperava uma recuperação maior da economia brasileira em 2018, o que não se confirmou, e o PIB nacional cresceu modestos 1,1%. E quando olhamos para o que está acontecendo no resto do mundo, observamos que os países desenvolvidos estão elegendo suas indústrias como instrumento determinante para e política econômica. Por aqui, as iniciativas adotadas desde 2016 (o desmantelamento do BNDES, o fim das políticas de conteúdo local, a total ausência de atenção para o setor produtivo) colocam nossa indústria em risco máximo.
No ano passado, a participação da Indústria de Transformação no PIB nacional recuou mais uma vez, chegando ao menor nível em 18 anos, com apenas 11,3%. Se não retomarmos a perspectiva de ter a indústria como carro chefe de uma política econômica voltada ao desenvolvimento nacional, o Brasil caminha para ser um caso único de país de grandes dimensões e grande população que negligencia seu setor produtivo e se condena a ter uma economia de baixo dinamismo e crescente precariedade. Reverter essa trajetória é urgente.
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