96% dos acordos dos metalúrgicos conquistam aumento real

Dados foram divulgados nesta quarta-feira, na sede da CNM-CUT


Dados foram divulgados nesta quarta-feira, na sede da CNM-CUT. Foto: Raquel Camargo / SMABC

Números divulgados nesta quarta-feira pelo Dieese mostram que a capacidade de mobilização e a ação sindical bem sucedida dos trabalhadores do ramo metalúrgico numa economia com bom desempenho foram responsáveis pelos melhores acordos coletivos já assinados nos últimos anos.

Em 2010, todos os 71 acordos conquistaram pelo menos a reposição da inflação para 2,2 milhões de metalúrgicos. Desse total, 96% garantiram aumento real, um percentual recorde. Pela primeira vez, nenhum acordo ficou com percentual abaixo do INPC.

“É o melhor resultado desde 2000”, comemorou Carlos Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT. Ele lembrou que nas décadas de 80 e 90, com altos índices de desemprego, a luta era pela reposição da inflação. Só a partir de 2004 começou a aumentar o número de acordos com aumento real. 

No ano passado, os reajustes do ramo metalúrgico foram os maiores do setor industrial. Eles contribuíram para que cerca de 30% dos metalúrgicos acumulassem ganho real superior a 8% nos últimos três anos.

Carlos Grana disse que um dos desafios da CNM-CUT é encurtar as desigualdades salariais que ainda existem entre os metalúrgicos das diversas regiões do País.

Acordos paulistas têm aumento real
Ainda de acordo com o Dieese, todos os metalúrgicos nas empresas paulistas asseguraram aumento real nos últimos três anos. Nesse período, 83% das negociações garantiram aumento real superior a 9%.

“É um dado importante, já que aqui no Estado trabalham a metade dos metalúrgicos do País”, disse Valmir Marques, o Biro-Biro, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT.

Ele acrescentou que uma das lutas nas negociações deste ano será a elevação do piso salarial da categoria. “Essa é uma forma de inibir a rotatividade”, comentou.

Da Redação