A água que nos falta…
O dia 20 de agosto, Dia Mundial da Água, será
usado como mais um alerta para a humanidade abrir os olhos e passar
definitivamente a encarar o eco sistema global como um doente muito
grave e que necessita de cuidados extremos e de extrema
emergência.
Futuro é agora
Muitas das coisas que diziam ser problemas para o futuro
estão acontecendo por todo o planeta neste momento, aqui,
agora.
O aumento da temperatura global em cerca de apenas 1,5°
centígrados é o responsável pelas
ondas de calor intenso do verão na Europa e nos Estados
Unidos. Aqui na América Latina ele provoca um inverno com
altas temperaturas e baixíssima umidade relativa do ar,
causando muitos problemas que afetam a saúde de
milhões de pessoas e a economia de muitos países.
Alguns desses problemas são as queimadas, muitas delas
espontâneas, falta de chuvas em algumas regiões
transformando áreas agrícolas em desertos e
temporais com destruição e
inundações em outras áreas de grande
concentração populacional e intensa atividade
econômica.
Alerta ignorado
Por trás do aquecimento global está o nosso velho
e conhecido efeito estufa, potencializado pelos estragos provocados
pelo desmatamento desmedido, pelo fim das florestas das nascentes dos
grandes sistemas hidrográficos como bacia
Amazônica, do São Francisco e o sistema
Pantanal/bacia do Paraná.
A perda da cobertura florestal pela exploração da
madeira, pela atividade agropecuária e pelas
ocupações urbanas leva ao enxugamento das
áreas úmidas, várzeas e mananciais,
à morte dos mananciais e à perda definitiva da
capacidade geradora de água desses sistemas.
Perdendo a capacidades de geração de
água eles passam a ser apenas reservatórios,
cheios nas épocas de chuvas e secos nos períodos
de estiagem.
A seca inédita do Rio Amazonas há alguns meses e
das Cataratas do Iguaçu atualmente são exemplos
disso.
Queimadas contribuem
Para todo esse caos contribuem, ainda, as queimadas
espontâneas e criminosas, que no dia de hoje (ontem), segundo
o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) são 906
focos em toda América do Sul, sendo 656 (72%) no Brasil,
entre as quais 550 na Amazônia e Centro Oeste, e 122 em
parques e reservas florestais do sudeste. Será que ainda
há salvação?
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente