“A CUT vai pressionar por novas conquistas”
Eleito presidente da CUT em congresso nacional realizado no início do mês, Artur Henrique disse que um dos desafios é fortalecer e consolidar a posição da CUT, pois ela tem papel importante em mobilizar, organizar e pressionar as autoridades pelas mudanças que o País precisa e que apontam para uma sociedade mais justa.
Por que manifestações para lançar o Projeto Brasil?
Porque queremos ter, cada vez mais, apoio dos movimentos populares e sociais para conseguir convencer a sociedade da importância da mobilização e da pressão para que a gente tenha continuidade do projeto de mudanças no Brasil.
Quais os atuais desafios da CUT?
A CUT tem grandes desafios. O primeiro é o debate dos dois projetos diferentes que estão em disputa nestas eleições. Temos uma plataforma que queremos que seja implantada num segundo mandato de Lula, com a continuidade das mudanças.
Outro desafio é o fortalecimento da estrutura sindical. Queremos acordos coletivos nacionais, mudanças na legislação para garantir organização no local de trabalho, combate das práticas anti-sindicais e ampliação dos direitos dos trabalhadores.
Como avançar na ampliação dos direitos dos trabalhadores?
É preciso articular com os movimentos sociais e com os partidos políticos, já que os direitos dos trabalhadores e as relações de trabalho são definidas no Congresso Nacional.
Mas a CUT sempre fez isso…
No governo FHC a CUT nem era recebida para debater os assuntos de interesse da classe trabalhadora. Foram oito anos em que o governo federal desenvolveu um processo de criminalização dos movimentos sociais e não tivemos nenhum espaço para diálogo.
E com Lula?
No governo Lula houve a ampliação dos espaços políticos de atuação dos dirigentes sindicais, com participação dos trabalhadores em vários órgãos e conselhos criados para possibilitar esse diálogo.
São só essas as diferenças entre os governos?
Não. O PSDB tem uma visão do estado mínimo, com terceirização dos serviços públicos e corte de gastos sociais. Quando Alckmin diz que vai fazer um choque de gestão, nada mais é do que privatizar os serviços públicos e deixar a maior parte da população sem condições de atendimento na saúde, educação, moradia.
Com FHC houve mudança na legislação trabalhista…
Com FHC houve um processo de flexibilização da legislação com o argumento de que haveria maior geração de emprego e menos informalidade. Assim, foram criados o contrato temporário e o horário móvel sem que houvesse mais emprego e menos informalidade.
Como abrir mais postos de trabalho?
O que gera emprego é uma economia em condições de desenvolvimento, com juros menores, com menos superávit primário e mais investimentos em infra-estrutura.