A paz cada vez mais longe: Palestinos acusam Israel de tentativa de golpe

Em 10 dias de agravamento da guerra entre palestinos e israelenses, 50 pessoas já morreram. Israel voltou a ocupar áreas na faixa de Gaza sob o argumento de resgatar um soldado, mas os palestinos acusam o país inimigo de tentativa de golpe contra o seu governo.

Com a justificativa de resgatar um soldado, há dez dias Israel ataca os territórios palestinos e voltou a ocupar áreas na faixa de Gaza.

Os palestinos acreditam que o real motivo da nova onda de ataques é derrubar o governo do Hamas, eleito democraticamente no início deste ano.

Ontem, o governo israelense admitiu que a ação do seu exército será expandida e que as consequências serão bastante sérias. O chefe do governo israelense Isaac Herzog disse que a extensa operação na região vai continuar e deve pôr em perigo as zonas residenciais palestinas. No dia seguinte ao sequestro do soldado, 25 de junho, forças israelenses sequestraram 65 líderes do Hamas, entre os quais 8 ministros de governo e 21 deputados. Desde então, o governo palestino está praticamente paralisado.

Na sexta-feira passada Israel bombardeou e destruiu a única usina de geração de energia elétrica em território palestino, que está sem luz e com o abastecimento de água ameaçado.

Desde o começo dos novos ataques 50 palestinos morreram.

O Centro de Informação Alternativa afirma que a operação faz parte de uma campanha israelense contra o governo palestino democraticamente eleito.

Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, não aceitaram os resultados das eleições parlamentares que deram a vitória ao Hamas e desde janeiro trabalham com a cumplicidade da União Européia para derrubá-lo.

O contexto da  nova onda de violência

Depois um período de relativa paz, as relações entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) se deterioraram após a eleição do movimento islâmico radical Hamas, no início do ano.

A tensão na região aumentou após a intensificação dos ataques aéreos israelenses promovidos contra militantes do Hamas, que lançam foguetes de fabricação caseira em alvos israelenses.

O clima de confronto subiu depois que ao menos 172 civis palestinos, incluindo crianças, foram mortos por mísseis israelenses.

O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, classificou a incursão israelense nos territórios palestinos como “crime contra a humanidade”.

O primeiro ministro palestino, Ismail Haniyeh, disse que as ações em Gaza não visam apenas resgatar o soldado sequestrado, mas fazem parte de um plano premeditado para derrubar o governo do Hamas.