Airbags mortais ainda equipam 2,6 milhões de carros no Brasil

O problema gerou um dos maiores recalls da história, com cerca de 100 milhões de veículos afetados mundo afora

Ainda há 2,6 milhões de carros com airbags defeituosos da marca Takata em circulação no Brasil, revelam dados da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor). São equipamentos que, em caso de acionamento, podem expelir partes metálicas em direção aos ocupantes dos bancos dianteiros em uma velocidade superior a 300 km/h. O problema gerou um dos maiores recalls da história, com cerca de 100 milhões de veículos afetados mundo afora.

Desses, 5,9 milhões estão no Brasil, sendo que 3,3 milhões de unidades já passaram pelo reparo no país. O serviço é gratuito e consiste na troca do insuflador, uma cápsula metálica. Em caso de colisão, a explosão necessária para acionar esses airbags ocorre de forma descontrolada. O problema é ocasionado pela exposição da peça à umidade e ao calor ao longo do tempo. A vedação ruim leva à oxidação, o que facilita a ruptura e a geração dos fragmentos de metal.

Rodrigo Kleinubing, perito em sinistros de trânsito, afirma que a reação química nos sistemas com defeito é rápida e violenta. O especialista destaca que a alta variação de temperaturas no Brasil pode ser um gatilho para o mau funcionamento. Contudo, segundo Kleinubing, os airbags são dispositivos de segurança passiva eficazes, e não podem ser julgados pelos defeitos do produto da Takata.

Em levantamento feito pela reportagem, 17 empresas tiveram recalls relacionados aos defeitos de airbags da fabricante no país. Os equipamentos da marca japonesa estão presentes em carros da Honda, Volkswagen, Nissan, Chevrolet, entre outras. O defeito já causou sete mortes no Brasil, apontou um levantamento feito pela equipe de reportagem do Fantástico, da TV Globo.  Hoje, os proprietários podem consultar se o veículo possui um recall pendente dos airbags da Takata através da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito).

Do Jornal de Brasília