Anfavea reforça coro contra redução de Tarifa Comum do Mercosul

Recentemente, o governo brasileiro fez uma proposta aos demais membros do Mercosul para uma redução da Tarifa Externa Comum do bloco econômico da região. O motivo da tomada de decisão do Brasil é a falta de consenso entre os país-membros do acordo. A Argentina se posiciona contra uma redução da TEC, que varia de 14% a 35% para produtos industrializados, que no caso dos veículos incide a tarifa de 35%. Por aqui, o governo quer abrir o mercado para aumentar a competitividade do produto nacional no exterior, mas o setor produtivo é contra.

O motivo é que o mundo está em crise e, no caso dos automóveis, com produção sobrando em muitos países, a redução da TEC em 20%, conforme proposta do Brasil, aumentaria a importação em vez da exportação. Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, disse: “Com capacidade de produção sobrando no mundo todos vão querer vender para o Brasil se imposto baixar”. Ele afirmou que os fabricantes do setor acabarão trazendo mais veículos de fora.

Nesse caso, cabe salientar que, com a oferta reduzida pela crise de chips, a importação acabaria sendo impulsionada pela baixa oferta de carros novos. Moraes também alertou para o fato de se negociar individualmente por país, pode implodir o bloco. Para a Anfavea, essa redução da TEC é uma ameaça à indústria nacional, que já assistiu à despedida de Mercedes-Benz e Ford da produção de automóveis no país. A Troller será mais uma se não for vendida logo.

Em Brasília, a proposta da atual administração federal é reduzir 10% agora e 10% em dezembro. No caso dos carros, a redução do imposto de importação seria de 7%, caindo de 35% para 28%.

Em 2020, o Brasil importou 211.629 veículos, sendo 61% de parceiros do Mercosul. Os importados tiveram participação anual de 10,28%. Neste mês de junho, por exemplo, as vendas das associadas da Abeifa em importados subiu 14,8% em 2021.

Do Notícias Automotivas