“Aumento da Selic foi um golpe duro contra os trabalhadores e a economia”, diz CNM-CUT

O aumento da taxa básica de juros (Selic) de 10,75% para 11,25% — anunciado na noite de quarta pelo Banco Central (Bacen) —  foi contestado pelo Secretário Geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), João Cayres, que defende a redução dos juros como caminho para o desenvolvimento, com geração de emprego e aumento da renda. O  Bacen argumentou que o aumento foi necessário para conter as pressões inflacionárias, por causa do reajuste das despesas escolares e dos pagamentos, como o IPTU e IPVA.

Para a CNM-CUT, na realidade “trata-se de um golpe duro contra os trabalhadores e a economia do País”, que fechou o ano de forma aquecida e em alta. “Aumentar os juros só beneficia os banqueiros, que gostam de ganhar dinheiro ao explorar duas vertentes: a especulação em papéis da dívida pública e as cobranças abusivas praticadas junto aos trabalhadores na cobrança de empréstimos, cheque especial e outros serviços bancários”, argumenta.

O sindicalista defende que para conter a inflação é necessária também uma fiscalização mais rigorosa em alguns setores. “Os produtores de carne nunca venderam tanto e, percebendo isso, subiram os preços assustadoramente nos últimos meses, colocando a culpa nos custos da alimentação do gado. Esse tipo de aumento abusivo é algo nocivo para a economia e que precisa ser melhor avaliado”.

Dívida pública
Segundo Cayres, “o aumento da taxa Selic elevará substancialmente a dívida pública e reduzirá os investimentos do governo.  O economista Amir Khair afirma que se a taxa chegar a 11,75% até o final deste ano, o Brasil gastará R$ 40 bilhões a mais com a rolagem da dívida. O equivalente a três vezes o valor que o governo gasta em um ano com o Bolsa Família.

 João frisa que é possível crescer sem a necessidade de prejudicar aqueles que são os principais responsáveis pelo sucesso que o Brasil vive hoje: os trabalhadores. “A redução dos juros aumenta o investimento produtivo e é este o caminho que defendemos. O desenvolvimento do País está muito acima do que apenas ter uma meta de inflação. Precisamos gerar desenvolvimento, emprego e renda. E como a própria presidenta Dilma afirmou em sua posse, temos que lutar pelo fim da miséria em nosso país. Diminuir os juros é um passo importante neste sentido”, sublinha.

Da CNM-CUT, via FEM-CUT