Brasil aumenta perdas de produção por falta de chips para 279 mil veículos
Estimativa da consultoria AFS soma paralisações e reduções do ritmo já anunciadas em 15 fábricas
A crise da falta de semicondutores que afeta fábricas de veículos no mundo todo dá mostras que, antes de melhorar, vai piorar, inclusive no Brasil. Segundo as mais recentes estimativas da Automotive Forecast Solutions (AFS), passados 45 dias desde as projeções da consultoria norte-americana publicadas em Automotive Business em julho, até 20 de agosto o volume perdido de produção aumentou em 59 mil unidades, de 220 mil para 279 mil automóveis e comerciais leves que deixam de ser produzidos por nove fabricantes desde o início do problema, no fim de fevereiro, incluindo o impacto das paralisações já anunciadas que se estendem até setembro.
Somando todas as paralisações, a AFS contabiliza o equivalente 344 dias de interrupções das linhas. O número de fábricas que tiveram a produção afetada no País pela escassez de chips passou de 14 para 15, com o anúncio da Toyota de parar por nove dias a planta de Sorocaba (SP). A montadora era das poucas que ainda não tinha paralisado a linha brasileira por falta de eletrônicos. A parada deverá custar 3,8 mil carros à fabricante, segundo calcula a AFS.
A General Motors segue sendo a fabricante que mais perdeu produção no Brasil: 172 mil unidades desde março até o horizonte visível de setembro. A Volkswagen, que desde junho atravessa idas e vindas e reduções da produção nas fábricas paulistas em São Bernardo do Campo e Taubaté, além do corte de um turno em São José dos Pinhais (PR), é a segunda fabricante com maior número de carros que deixaram de ser produzidos: 39,3 mil, considerando as paradas já anunciadas até agora para setembro.
A Renault subiu à terceira posição das perdas de produção com 33,8 mil carros que deixam de sair da fábrica de São José dos Pinhais (PR) em 36 dias de paralisação até 3 de setembro, quando está prevista retomada das atividades. Entre os grandes fabricantes, a Stellantis (e suas marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) conseguiu contornar melhor o problema da falta de chips. A fabricante precisou reduzir o ritmo em todas as suas fábricas no Brasil (Betim/MG, Goiana/PE e Porto Real/RJ), reduziu um turno entre abril e agosto, mas desviou de paralisações totais e até agora perdeu a produção de 15,8 mil veículos.
Do Automotive Business