Campanha Salarial 2021 vai em busca de recuperar poder de compra dos metalúrgicos

FEM/CUT realiza plenária no sábado para definir os eixos da Campanha. Luizão chama categoria a se mobilizar por aumento salarial

Os dirigentes da FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) se reúnem em plenária virtual amanhã para definirem os eixos que nortearão a Campanha Salarial 2021. Segundo o presidente da Federação, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, o foco é nas cláusulas econômicas para recuperar o poder de compra dos trabalhadores.

Como a maioria dos grupos têm CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) garantida até 2022, conforme as negociações do ano passado (confira quadro ao lado), as discussões este ano vão em busca de aumento salarial, já que os preços aumentaram muito, explicou o presidente.

“Os metalúrgicos, assim como todo o povo brasileiro, têm percebido o aumento no preço de alimentos e serviços. As coisas têm subido demais e a Campanha Salarial deste ano tem que fazer com que o trabalhador recupere o poder de compra através do salário”.

Foto: Adonis Guerra

“Mas só vamos ter bons resultados na negociação, que promete ser extremamente difícil, se houver unidade e participação dos trabalhadores. Vamos buscar um bom reajuste para começar a recuperar as perdas que temos sofrido. O empresariado precisa sentir que tem mobilização na base”, chamou.

Luizão reforçou ainda que a categoria não pode assistir passivamente ao que está acontecendo.

“Não dá para os trabalhadores simplesmente assistirem a alta dos preços e continuarem a ser vítimas como estão sendo há algum tempo. Além de perder direitos pelos ataques que vêm sofrendo, a perda de vidas para a Covid-19, também estão vendo seu salário cada vez comprar menos. Os trabalhadores precisam responder à altura, não dá para ficar agindo de maneira passiva, enquanto alguns políticos estão se articulando e passando a boiada”, completou.

Pandemia

Durante a plenária, o Dieese apresentará dados detalhados de desligamentos por morte na base, que aumentaram consideravelmente.

“Embora haja a crença de que o trabalhador dentro da fábrica está protegido, o que temos observado é o crescente número de mortes e internações de companheiros que estão nas fábricas”.

O dirigente lembrou que, apesar da pandemia, é preciso que a categoria se empenhe na mobilização durante a Campanha Salarial.

“Temos que ter sensibilidade, respeito às vítimas e todo o cuidado com a saúde, mas precisamos lembrar que enquanto a população se esforça tentando fazer o distanciamento social e tomar todos os cuidados, o empresariado e o Congresso continuam aprovando medidas que prejudicam o povo trabalhador brasileiro”.

Confira a situação das cláusulas sociais por bancada patronal:

– Grupos com Convenção Coletiva válida até agosto de 2021

Estamparia

G8.2 – Sicetel e Siescomet

Trefilação e laminação de metais ferrosos, esquadrias e construções metálicas)

G8.3 – Sinafer, Simefre e Siamfesp

Artefatos de ferro, metais e ferramentas, materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários, artefatos de metais não ferrosos

– Não assinou a Convenção Coletiva

negociações foram por empresas no ano passado.

G10 – Fiesp e outros

– Grupos com Convenção Coletiva válida até 2022

G2 – Sindimaq e Sinaees

máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos

G3 – Sindipeças, Sindiforja e Sinpa

autopeças, forjaria e parafusos

Sindicel

condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos

Sindratar

refrigeração, aquecimento e tratamento de ar

Fundição