Da Tribuna a um sistema de comunicação
De um jornal mensal a uma emissora de televisão. Assim evoluiu a comunicação do Sindicato a partir da Tribuna Metalúrgica. “A necessidade de se aproximar cada vez mais da categoria e da sociedade sempre foi uma preocupação do Sindicato”, afirma o diretor de comunicação, Valter Sanches.
“As lutas dos trabalhadores são invisíveis para a chamada grande imprensa. Se não mostrarmos o que fazemos é como se essa história não existisse”, afirma o dirigente para explicar a necessidade da comunicação sindical.
No final dos anos 80, esta comunicação se expandiu com a revista Ligação. Em 1992, o Sindicato criou o Olhar Brasileiro, programa exibido aos domingos na tevê comercial.
Nessa época o pedido de um canal de televisão para o Sindicato já estava com o Ministério das Comunicações. “Decidimos disputar esse espaço com a burguesia. Cinco famílias apenas são donas de quase todas as concessões de radiodifusão no Brasil”, diz Sanches. “Também temos o direito de falar”, destaca.
A concessão para a TVT – a TV dos Trabalhadores saiu há três anos e há um ano a emissora está no ar.
Ainda de olho na importância dessa disputa, o Sindicato tornou-se parceiro, juntamente com outros sindicatos, da Revista do Brasil, do jornal ABCD Maior e da Rede Brasil Atual, um portal na internet.
O jornalismo e o jornalismo sindical
O jornal surgiu como instrumento da burguesia europeia no século 16. Eram as gazetas italianas que informavam sobre o movimento de navios e mercadorias.
No século 18, as classes dominantes passaram usar o jornal para divulgar cultura como forma de consolidar seu poder político, dando forma ao atual jornalismo.
Da mesma forma que na Europa, os primeiros jornais brasileiros – que começaram a circular no século 19 – também eram porta vozes da burguesia.
A concepção de jornal como instrumento organizador de classe social foi a base do surgimento da imprensa operária, nascida das mobilizações dos trabalhadores europeus na segunda metade do século 19.
O jornal O Proletário, feito por artistas e intelectuais de Recife, em 1847, foi o primeiro que se tem notícia a nascer de uma categoria no Brasil. Com a industrialização, os jornais sindicais começaram a crescer no País.
A imprensa operária sofreu com o golpe militar de 1964, que praticamente proibiu a atividade sindical. Os jornais operários só voltaram com força durante a reorganização e articulação dos movimentos sindical e popular na segunda metade dos anos 1970, quando também surge o novo sindicalismo.
Nesse período surgiu a imprensa sindical profissionalizada, com uma estrutura moderna e eficaz em relação à produção e distribuição.
Os sindicatos passaram a investir na comunicação com suas categorias e buscaram apresentar uma leitura da sociedade a partir da lógica do trabalho e com uma visão particular de mundo.
Hoje, as experiências em comunicação vão se diversificando, como a utilização de tevê, rádio, revistas e a internet.
Da Redação