Diálogo no CSE-Itaesbra resolveu problema dos catadores de lixo
Foto: Paulo de Souza/SMABC
Os catadores de lixo reciclável de Diadema ganharam uma ajuda inesperada e inédita dos Metalúrgicos do ABC para resolver seus problemas continuar com suas atividades.
Os problemas começaram em janeiro, quando a Prefeitura da cidade não renovou o contrato com eles e os catadores perderam o espaço de armazenamento e separação do material e o caminhão que usavam para a coleta que faziam em empresas como a Itaesbra.
Sem entender porque o material antes retirado passou a acumular, a Itaesbra pediu ajuda ao Sindicato para saber o que estava acontecendo com a cooperativa que normalmente retirava os materiais.
Solução
“Já tínhamos percebido que o lixo separado para reciclagem acumulava na fábrica”, contou Francisco Dijalma Leite, o Dotô, coordenador do CSE na autopeças.
“A seguir descobrimos que a cooperativa era filiada a Unisol, Central das Cooperativas e Empreendimentos Solidários, ligada ao Sindicato. Buscamos, então, alternativas para dar o destino correto para o lixo e assim ajudar na conservação do meio ambiente”, afirmou Dotô.
O dirigente procurou o gestor do Departamento de Segurança Saúde e Meio Ambiente na Itaesbra, Arnaldo Orlandin Gama, para conversar sobre o assunto e a solução foi encontrada.
Sebastião Edson de Lira, coordenador de cooperativa filiada a Unisol recebe luvas. Foto: Paulo de Souza/SMABC
Diálogo invejável
A partir de abril a empresa irá levar seus resíduos para o galpão de reciclagem mais próximo da fábrica por meio de um remanejamento em sua logística. Além disso, doou luvas e óculos de proteção aos catadores.
“O diálogo entre Sindicato, empresa e Unisol foi o que possibilitou encontrar uma saída adequada”, comentou Gama. “É uma estrada de duas mãos, a empresa mantém seu certificado ambiental, dando destino correto ao lixo que produz, e ao mesmo tempo colabora com o desenvolvimento social e econômico dos catadores”, prosseguiu o gestor.
E completou: “Esse acordo só foi possível pelo amadurecimento das nossas relações com o Sindicato. Nosso diálogo é invejável”.
Cooperação pode ter Segunda etapa
O gerente de Recursos Humanos na Itaesbra, Antonio Roberto Ribeiro, também comemorou a parceria e já vê possibilidades de ampliação de projetos com outras cooperativas da Unisol.
“Queremos despertar a consciência ambiental, para que todos os trabalhadores possam colaborar com a geração de renda de famílias como a destes catadores”, afirmou Ribeiro.
A Unisol também irá intermediar o destino de outros materiais descartados pela autopeças, como os paletes de madeira, e conversa para fornecer produtos de outras cooperativas, como a de tecidos.
Impasse
As cooperativas de catadores de Diadema vivem um impasse com a Prefeitura. Até agora, a renovação dos contratos com as cooperativas não foi assinado pela administração, o que paralisou os projetos.
Entre as iniciativas afetadas estão a construção e reforma de postos de reciclagem e a aquisição de equipamentos, como prensas, picotadeiras e empilhadeiras, com a destinação de recursos no valor de R$ 4,6 milhões, já autorizados pela Caixa Econômica Federal.
“Estamos tentando manter negociações com o poder público local, para garantir que os 80 catadores cooperados de Diadema recebam esse investimento”, ponderou o presidente da Unisol, Arildo Mota Lopes.
Da Redação