Editorial #somostodosLULA

A Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC manifesta seu repúdio em relação ao ataque que vem sendo feito ao ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Há décadas, os setores reacionários e con­servadores do País tentam atingir a imagem do presidente Lula.

Era assim nos anos 1970, quando ele estava à frente das lutas sindicais, nos anos 1980, quando fundou um partido de trabalhadores, nos anos seguintes, quando disputava as eleições, e foi assim durante todo o período em que presidiu o País.

Uma batalha constante na qual vale tudo, inclusive acusações sem provas e calúnias. A Operação Lava Jato, que se iniciou com o mérito do combate à corrupção, hoje se transformou em mais um instrumento dessa luta política.

Nós defendemos todo combate à corrupção. Se­gundo a Controladoria Geral da União, a CGU, nos últimos 12 anos 5.659 servidores foram expulsos do serviço público federal por práticas ilícitas. O que comprova que nunca houve tanta fiscalização e punição no País.

Mas queremos que as operações sejam justas. O que temos hoje são instrumentos do Estado travando uma luta política, perseguindo o nosso campo político, fazendo aquilo que a oposição e a mídia não conseguiram fazer sozinhas.

Insistem em atacar Lula e o que ele representa para a sociedade brasileira: um mito operário, nordestino. E o fazem de maneira sórdida, com acusações levianas, respondidas de forma in­cansável por ele, por meio de seu Instituto. Suas repostas, no entanto, não recebem o mesmo espaço nos jornais e, quando são utilizadas, isso é feito de forma parcial, impedindo os brasileiros de formarem sua opinião com base na verdade dos fatos.

Os setores que o atacam são os mesmos rea­cionários que defendem uma pauta totalmente contrária aos interesses do trabalhador, aqueles comprometidos com a reforma da Previdência, com a reforma trabalhista mais dura possível, que precarize a CLT e revogue conquistas. Um setor que representa o ideal neoliberal, calcado no desmonte de conquistas e na criminalização dos movimentos sociais.

Para alcançar esses objetivos, é preciso destruir as lideranças que mais atuam na defesa de uma sociedade justa e igualitária. E Lula é o maior expoente desta luta. Lula é um patrimônio da nossa categoria e de toda classe trabalhadora.

Alguns de nós, metalúrgicos, viveram o duro período dos anos 80, quando Lula era dirigente sindical e à frente do nosso Sindicato lutava pelo emprego e condições de trabalho para toda a categoria. Muitos vieram depois, já nos anos 2000, e viveram o período de geração recorde de empregos em nossa base e em todo País. E muitos outros companheiros chegaram ainda depois, ocupando postos de trabalho gerados a partir de políticas criadas durante o Governo Lula.

Além de referência para nossa categoria, Lula tem uma importância simbólica para todo o tra­balhador brasileiro. Por tudo isso, Lula é o alvo.

O que eles querem para o Brasil é um governo como o que conseguiram eleger para a Argentina recentemente, que em um mês já tomou medidas como a desvalorização dos salários em cerca de 40%, demissão de servidores públicos e repressão aos protestos com uma brutalidade que não era vista desde a ditadura militar. Ou seja, cumpre à risca o receituário neoliberal, tão defendido pela oposição e pela direita também aqui no Brasil.

No entanto, nós trabalhadores, não vamos re­cuar nem nos intimidar. Ao contrário, todo esse processo está nos amadurecendo, nos tornando mais combativos e convictos do que podemos fazer pelo Brasil. O próprio Lula, com certeza, será um líder ainda mais forte depois de tudo isso. Continuará sendo a nossa maior referência na defesa do Brasil e de seus trabalhadores. E contará, como sempre, com a nossa confiança.

A Diretoria

São Bernardo do Campo, 2 de fevereiro de 2016.


Confira aqui a nota do Instituto Lula.