Entidade quer reparação para filhos separados dos pais vítimas de hanseníase
Depois de conquistar a reparação aos ex-pacientes de hanseníase – doença também conhecida como lepra – que eram obrigados a viver isolados da sociedade em colônias, o Morhan – Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – luta agora para conseguir a reparação para os filhos desses ex-pacientes, que foram separados dos pais e até hoje carregam traumas.
Artur Custódio, coordenador do Morhan, lembra que uma das grandes vitórias do movimento foi a medida provisória baixada pelo presidente Lula em 2007 que concedeu pensão mensal e vitalícia de R$ 750,00 aos portadores de hanseníase.

Grupo de trabalho
“O isolamento forçado durou 1949 até 1986 no Brasil, apesar das entidades internacionais recomendarem o final das colônias desde a década de 60”, afirmou Artur.
“O Brasil foi o segundo país que indenizou os ex-hansenianos, logo após o Japão. Isso só aconteceu pela sensibilidade do presidente Lula”, comentou.
Após essa decisão, o governo federal aceitou proposta do Morhan e instituiu um grupo de trabalho para decidir sobre a reparação aos filhos dos ex-portadores de hanseníase, separados pais e obrigados a viver em colônias.
Cura vem de tratamento rápido
Por falta de comunicação e de informação, cerca de 40 mil novos casos são registrados anualmente no Brasil e formam um contingente com mais de um milhão de pessoas têm hanseníase, o maior percentual do mundo.
Artur destacou que o isolamento não tem sentido há décadas, já que a doença é tratável e tem cura, eliminando a possibilidade de contaminação quando os sintomas são combatidos logo no início.
Focos
“O tratamento logo nos primeiros sintomas quebra a cadeia e não deixa sequelas. Mas ainda são poucos os profissionais preparados para perceber a doença, que acaba sendo transmitida para outras pessoas”, alerta Artur.
Os principais focos de hanseníase estão no Norte, Nordeste e Centro Oeste, principalmente nos Estados de Mato Grosso, Piauí, Acre, Maranhão e Tocantins.
Da redação