Evergrande: como chinesa vale US$ 87 bilhões sem nenhum carro vendido
Desde que nos entendemos por gente, o negócio fim de todo fabricante de veículos é a venda dos mesmos, não é? Pois é, mas o que você diria de uma marca que vale mais que a Ford ou a General Motors, sem nunca ter vendido um carro? Essa é a “dura” realidade da Evergrande New Energy Vehicles, uma chinesa que produz conceitos e modelos de carros elétricos, mas que nunca emplacou nenhum deles. Quanto aos conceituais, tudo bem, mas os produtos regulares custam de US$ 12,3 mil a US$ 91,1 mil.
Ou seja, num mercado como dos EUA, ela seria equivalente a marcas como a Nissan, mas com preço ainda mais abaixo na faixa de entrada e ainda incluindo a Infiniti no portfólio. Usando a marca Hengchi, a Evergrande ainda não vendeu nada, mas no mercado financeiro (a divisão de carros elétricos, diga-se de passagem), seu valor atingiu US$ 87 bilhões, de acordo com a Bloomberg. Trata-se de uma bagatela que faria inveja a Elon Musk há uns dois anos, pelo menos.
Sem enfrentar problemas de produção ou reclamações de clientes como a Tesla, a Evergrande acumula dívidas que até 2019 alcançaram US$ 113 bilhões. O motivo é que o proprietário é muito rico e ele prometeu que venceria exatamente Elon Musk. Hui Ka Yan, um dos homens mais ricos da China, prometeu tornar a Evergrande o maior fabricante de carros elétricos do mundo, superando a Tesla (será que ele lembrou que a VW quer o mesmo?).
Isso ele disse em 2019, mas de lá para cá, a Hengchi só mostrou conceitos e belos modelos, enquanto Musk fez uma Gigafactory em Xangai, batendo recorde de vendas. A Tesla ainda constrói outras duas (Texas e Alemanha), mas a Evergrande ainda não passou da promessa. Mesmo a rival NIO já vendeu 100.000 carros na China (e olha que eles são todos caros…). Na empresa de Hui Ka Yan, a promessa era iniciar acelerado a partir de março de 2022 com produção anual entre 500 mil e 1 milhão de carros elétricos. Só que esses volumes ficaram para 2025…
Do Notícias Automotivas