Fazenda pede 20 dias para avaliar proposta de renovação da frota

Sanches conversa com Heloísa Menezes, secretária do MDIC, durante a reunião em Brasília

Em reunião com o governo federal, em Brasília, na última terça, os Metalúrgicos do ABC debateram a proposta elaborada pelo Sindicato junto a uma coalizão de entidades para o Programa Nacional de Renovação da Frota de Caminhões.

Segundo o diretor de Comunicação do Sindicato, Valter Sanches, que participou do encontro, após a reunião aumentaram as expectativas para a implantação do programa ainda este ano.

Sanches contou que o representante do Ministério da Fazenda, Fábio Fernandes, afirmou que dará uma resposta oficial em 20 dias após avaliar a proposta.

“A única restrição é orçamentária, mas estamos otimistas, pois temos apoio em várias esferas do governo federal”, disse Sanches.

O programa prevê um bônus para quem aderir à iniciativa e financiamento subsidiado mais baixo que a taxa do mercado.

Também prevê a reciclagem de 230 mil veículos acima de 30 anos – com mil ainda em 2014, cinco mil em 2015, 15 mil em 2016 e 30 mil a partir de 2017.

Emprego

A reunião foi coordenada pela secretária da Produção do Ministério do Desenvol­vimento, Indústria e Co­mércio Exterior, o MDIC, Heloísa Menezes; além de representantes do BNDES e o Departamento Nacional de Trânsito, o Denatran.

“Desde 1996 defendemos esta proposta”, lembrou San­ches. “O grande progresso foi que nesta terça conseguimos conversar com o MDIC, o BN­DES, Denatran e o Ministério da Fazenda, ou seja, os homens do dinheiro” prosseguiu.

“Assim podemos dar iní­cio ao programa que, neste momento, ajudaria muito o setor de caminhões, que está passando por uma crise. Há fábricas dando férias coletivas e programas de demissão volun­tária acontecendo. Tudo isso é muito ruim porque represen­tam uma séria ameaça para os empregos”, destacou Sanches.

Melhorias

De acordo com o dirigente, o programa beneficia não só os caminhoneiros de frota e autô­nomos como toda a sociedade, com a redução de custos com combustíveis; redução das emissões de gases do efeito estufa; diminuição de con­gestionamentos; melhoria do acesso ao crédito; possibilida­de de aumento da margem de lucro na prestação de serviços; melhor desempenho, conforto e segurança; dentre outras vantagens.

“Outra questão é que, com a renovação, os novos cami­nhões reduzirão o consumo de óleo diesel em até 10%, o que deve diminuir o custo do transporte rodoviário de carga”, avaliou Sanches.

“30 mil veículos velhos a menos significa 13,2% da frota de 230 mil veículos fora das ruas ao ano. Se pensarmos em impactos ambientais, precisariamos de meia Amazônia para ab­sorver o gás carbônico emi­tido anualmente por essa quantidade de caminhões”, concluiu.

Além do Sindicato, par­ticipam da coalisão de enti­dades a Anfavea, Sindipeças, CNT, Fenabrave, Instituto Aço Brasil, Inesfa, NTC, Si­mefre e Sindinesfa.

Da Redação