FEM: Mulheres metalúrgicas contra a cultura do estupro
Acompanhamos recentemente um caso de uma adolescente de 16 anos que foi estuprada por, pelo menos, 33 homens em uma comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro. O caso chocou porém não é um fato isolado.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 47,6 mil mulheres foram estupradas no Brasil em 2014, isso equivale a 1 estupro a cada 11 minutos. Os números não são precisos já que, em média, apenas 35% dos casos são registrados.
Os dados do FBSP, organização não governamental, demonstram que a violência sexual não é a única violência sofrida pelas mulheres e não é uma questão de classe social, não são apenas as mulheres pobres que vivem em comunidades periféricas que sofrem com esse tipo de violência, a cultura do estupro é uma questão de gênero e atinge todas em todos os ambientes, inclusive em seus locais de trabalho.
O machismo persegue as mulheres também na política: apenas 10% dos parlamentares brasileiros são mulheres. O golpe que está em curso no Brasil é mais uma demonstração do machismo coloca em cheque a capacidade da presidenta apenas por ser mulher. O governo do presidente interino, Michel Temer, deu mais demonstrações de machismo como, por exemplo, a exclusão da Secretária de Política para Mulheres e a falta de ministras no primeiro escalão do governo golpista.
No último período as mulheres metalúrgicas garantiram, através da campanha salarial, cláusulas sociais que incentivam a diversidade nas contratações e igualdade de condições e oportunidades. Alguns grupos já são contemplados com a licença maternidade de 180 dias. O grupo 3 também oferece às trabalhadoras assistência em caso de violência doméstica.
As Mulheres Metalúrgicas da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos do Estado de São Paulo repudiam qualquer tipo de violência contra a mulher: seja moral, físico ou sexual, seja no local de trabalho ou no espaço privado e reitera o seu comprometimento na luta pela autonomia das trabalhadoras metalúrgicas e de todas as mulheres.