GM tem lucro no Brasil e na China
Com a queda das vendas nos Estados Unidos, houve ligeiro aumento da participação da operação brasileira nas vendas globais da marca, para 10%
China e Brasil tiveram o maior peso no lucro de US$ 230 milhões que a General Motors obteve com as operações internacionais no terceiro trimestre. A informação é do presidente da GM do Brasil, Jaime Ardila. Segundo ele, com a queda das vendas nos Estados Unidos, houve ligeiro aumento da participação da operação brasileira nas vendas globais da marca, para 10%. A fatia da China, onde a GM deverá vender este ano volume quase igual ao dos EUA, já chega a um terço.
Com a reestruturação, o balanço da GM deixou de dar pistas a respeito da participação da América Latina e, consequentemente, do Brasil nos resultados financeiros. Antes da mudança, a região fazia parte de um grupo pequeno de países, do qual o Brasil representava a maior operação. Agora, todas as operações da GM fora da América do Norte fazem parte de um único grupo. O balanço do terceiro trimestre é o primeiro feito com base nessa nova divisão.
Mas, se o resultado financeiro ficou mais escondido, os volumes de vendas revelam que o fôlego da nova GM agora vem com mais força das regiões emergentes.
No Brasil, a empresa, terceira no ranking do mercado interno, deverá alcançar a venda de 615 mil veículos. O resultado, que será o melhor da história, representa um crescimento de mais de 12% na comparação com 2008 e garante à montadora uma participação de 20,5% nas vendas domésticas.
Na semana passada a GM anunciou a abertura de 600 vagas em três fábricas do Brasil. Isso é uma demonstração de que, para a direção da empresa, a demanda interna deve se manter acelerada mesmo com a volta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) ao índices normais.
Ardila explica que a GM precisa de mais operários para produzir mais e também para poder dar férias aos demais funcionários. Nas próximas semanas a montadora trabalhará dois sábados por mês, além de algumas horas extras para poder elevar os estoques, diz Ardila. Segundo o executivo, não há como escapar das férias coletivas, porque em muitos casos os empregados estão com férias vencidas. Mas no caso da fábrica de Gravataí (RS), o tradicional descanso do fim do ano foi postergado para janeiro.
Ardila está satisfeito com a decisão da General Motors de desistir da venda da Opel, a sua divisão na Europa. “Podemos manter a parceria e ainda usar os nomes dos modelos”, afirma. No entanto, isso não mudará, explica, o lançamento de novos carros no Brasil. A programação de produtos já estava definida, diz Ardila.
Do Valor