Grupo 9: Aumento real é histórico
O acordo aprovado na última quinta-feira com o Grupo 9 traz
um dos maiores aumentos reais em relação
à inflação já conquistados
na categoria.
Os 5% de reajuste que os metalúrgicos no setor tiveram
representam quase o dobro da inflação acumulada
entre agosto do ano passado a julho deste ano.
Nos 5% alcançados pelos metalúrgicos da CUT
estão 2,07 de aumento real, um índice
próximo ao da inflação, que ficou em
2,8%.
“É uma marca histórica”,
disse o diretor do Sindicato José Paulo Nogueira, que
acompanhou as negociações com o setor.
“É a primeira vez que chegamos a
números de inflação e aumento real
tão próximos numa campanha salarial”,
acrescentou.
O economista Oswaldo Cavignato, da subseção do
Dieese do Sindicato, lembra que isso só ocorreu porque o
País vive um período de baixa
inflação. “Suponhamos que um produto
custava R$ 100,00 em agosto do ano passado. Hoje, ele custa, na
média, R$ 102,00. Isso significa que os trabalhadores
conseguem manter o salário com uma
alteração muito pequena no poder de
compra”, explica.
Zé Paulo pega esse exemplo para reafirmar a
importância da inflação em baixa.
“Não faz muito tempo, a gente chegava na data-base
com 80% de perda salarial. A inflação
corroía o poder de compra e nem de longe os
índices de aumento real conseguiam fazer o
equilíbrio”, lembra.
Acordo – O reajuste salarial total no Grupo 9
é 5%. O percentual está dividido em 2,87%
relativos à inflação e mais 2,07% de
aumento real.
O reajuste total é aplicado para quem recebe até
R$ 3.450,00. Acima desse valor será pago um fixo de R$
172,50.
Outras conquistas foram os reajustes nos pisos. As empresas com
até 50 trabalhadores terão o piso elevado para R$
594,00 (4,07% de real); nas empresas entre 51 e 500 trabalhadores o
piso vai para R$ 635,80 (3,07% de real); e nas empresas com mais de 500
trabalhadores o piso será de R$ 708,40 (2,07% real).