Indústria quer adiar por 3 anos caminhões Euro 6 no Brasil
Por causa da crise provocada pela pandemia, fabricantes pedem ao governo postergação para atender limites de emissões do Proconve P8, agendado para 2023
Os fabricantes de veículos representados pela Anfavea querem adiar por três anos a próxima fase da legislação brasileira de emissões para veículos pesados a diesel, o Proconve P8, agendado para 2023, que exigiria a adaptação para caminhões e ônibus no Brasil da tecnologia de tratamento Euro 6, já adotada há dois anos na Europa.
Já era de conhecimento público que a indústria pediria o adiamento ao governo, devido à crise trazida pela pandemia de coronavírus que encurtou recursos e tempo para desenvolver a solução no País. Não se sabia, contudo, por quanto tempo seria essa postergação, que foi revelada por Vilmar Fistarol, presidente do grupo CNH Industrial na América Latina.
Após a entrada em vigor do Proconve P7 em 2012, com implantação de tecnologia Euro 5 em veículos a diesel, houve um vácuo legislativo de quase sete anos até que fosse desenhada e programada a oitava fase do programa brasileiro de emissões veiculares. Somente em novembro de 2018 o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou os limites e regras do P8, que foi negociado com a indústria para vigorar a partir de janeiro de 2023, mas os novos projetos de caminhões ou ônibus têm obrigação de seguir a legislação um ano antes, em janeiro de 2022.
Fistarol avalia que até existe tempo suficiente para adotar motores Euro 6 no País até 2022/2023, mas os investimentos exigidos para isso, calculados em R$ 14 bilhões, deveriam neste momento ser melhor aplicados no esforço que a indústria precisa fazer para atravessar o momento de recessão econômica e voltar ao caminho do crescimento. Procurada para confirmar se de fato encaminha aos órgãos públicos de controle o pedido de adiamento de três anos do Proconve P8, a Anfavea confirmou que negocia alternativas com o governo, mas que não comentaria prazos.
Do Automotive Business