Lula vai atuar por reforma política que fortaleça os partidos

Assista ao depoimento gravado pelo ex-presidente a blogueiros e tuiteiros

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu nesta segunda-feira (18), durante reunião com dirigentes e parlamentares petistas, a participar dos esforços para aprovar uma Reforma Política que fortaleça os partidos, combata a corrupção e valorize a democracia.

No encontro, os participantes fizeram relatos sobre as propostas em análise no Congresso Nacional, cujos principais debates tem girado em torno do financiamento público de campanhas e das eleições proporcionais.

Lula sugeriu que o PT amplie o diálogo com demais partidos e com movimentos sociais, a fim de que sejam construídos consensos em torno dos pontos mais polêmicos. Também disse ser importante um movimento que esclareça à sociedade sobre os objetivos da reforma.

“O presidente Lula é uma liderança com muita respeitabilidade e pode ser o catalisador desse amplo movimento, que não será apenas do PT”, disse o presidente interino do partido, Rui Falcão, após o encontro.

Participaram da reunião, além de Falcão, o secretário-Geral do PT, Elói Pietá, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, os senadores Humberto Costa, Ana Rita, Wellington Dias e Jorge Viana, e os deputados federais Paulo Teixeira, Henrique Fontana, Érika Kokay e Ricardo Berzoini. 

Pedido às redes sociais
Depois de participar da reunião, Lula gravou um depoimento a blogueiros, tuiteiros e ativistas de redes sociais na internet sobre a reforma política.

O depoimento foi gravado pelo MobilizaçãoBR, no Instituto Cidadania, na zona sul de São Paulo (SP). O ex-presidente pediu que as redes sociais contribuam com o debate para pressionar o Congresso Nacional a avançar com a reforma.

Ele citou três tópicos-chave: fortalecimento dos partidos políticos, fidelidade partidária e financiamento público de campanha. Veja o vídeo acima.

Confira a íntegra:
“Eu tive uma reunião importante com a direção do PT, que me colocou o que o partido já tem de acúmulo na discussão sobre a reforma política. Estou convencido de que a reforma política é extremamente importante, mas é preciso que a gente trabalhe com os outros partidos uma espécie de consenso. Pelo menos algo que possa ser aprovado no Congresso Nacional, porque quem vai votar são os deputados e senadores. Temos de conversar com os partidos de esquerda, com o PMDB, com outros aliados, com o movimento sindical, os estudantes e as organizações da sociedade para saber que tipo de reforma se pode construir, que tipo de movimento podemos fazer para que a sociedade brasileira se convença de que a reforma política é muito importante.

“Primeiro, para que a gente tenha força dentro dos partidos políticos, para que a gente evite que os deputados, depois de eleitos, troquem de partido político – ou seja, a fidelidade partidária –, e para acabar com a corrupção, por isso que defendo a proibição do dinheiro privado e a constituição de um fundo público como tem em outros países.

“Tudo isso tem de ser construído eu diria que quase consensualmente com todas as forças políticas vivas da nação brasileira. Eu disse ao meu partido que estou disposto a participar das conversas com os partidos todos que eles quiserem, com o movimento social, fazer quantos atos forem necessários desde que a gente contribua para que o Brasil tenha uma reforma partidária que possa melhorar e muito a vida política do nosso país.

“Aos nossos companheiros e companheiras nas redes sociais podem contribuir muito na medida em que divulguem as coisas, que coloquem seus pensamentos, que a gente faça um debate muito forte. No fundo, no fundo, o que queremos é valorizar os partidos políticos. Quando você faz uma negociação, não pode ser com um grupo dentro do partido, não pode ser com uma pessoa dentro do partido, é com o partido. E você pode comunicar à sociedade: “Fiz um acordo com tal partido, que vai ter um ministério, vai trabalhar na campanha”. E fica muito claro, à luz do dia.

“Partido é coisa séria e precisamos fazer uma coisa séria. Apenas isso. Para participar disso, precisa construir um consenso com as forças políticas que estão dentro do Congresso Nacional sobretudo com aquelas que apoiam a minha presidenta (Dilma Rousseff).”

Com PT Nacional e Rede Brasil Atual