Metalúrgicos da CUT-SP conquistam 201 direitos e os maiores aumentos do País

 

Os metalúrgicos do Estado de São Paulo conquistaram avanços e melhorias significativas nas Campanhas Salariais da FEM-CUT/SP, no período de 2007 a 2011. Foram registradas mudanças em 201 cláusulas sociais (preexistentes, ou seja, em vigor nas Convenções Coletivas de Trabalho, bem como a conquista de novos direitos nas CCTs) firmadas entre a FEM-CUT/SP e as sete bancadas patronais, de acordo com um balanço feito pela Cut e divulgado em revista especial.“Os principais avanços foram a unificação histórica da data-base da categoria para 1º setembro, a conquista do direito de negociar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a ampliação da Licença Maternidade para 180 dias e a garantia de estabilidade no emprego até a aposentadoria aos metalúrgicos com doença profissional oriunda do local de trabalho e acidentados nos setores dos Grupos 3 e 10”, destaca o presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva, Biro Biro.

Importante explicar que antes, no G3, apenas o trabalhador acidentado tinha a garantia de estabilidade de emprego na Convenção, já o companheiro que estivesse doente profissional tinha que recorrer a justiça.

A FEM conquistou estas duas garantias na CCT de 2010. Também neste ano, a Federação convenciou esses direitos beneficiando os metalúrgicos que trabalham nas empresas do Grupo 10 – o que acabou com a longa batalha judicial iniciada em 2001.

Hoje, todos os grupos patronais asseguram a garantia de estabilidade no emprego até a aposentadoria para os doentes profissionais ou sequelados de acidentes do trabalho na base da FEM no Estado. “A categoria metalúrgica cutista é a única no Brasil que possui este direito, garantido em Convenção Coletiva de Trabalho. Isso nos orgulha muito”, ressalta Biro.

Setores que mais avançaram
O estudo  também analisou as bancadas patronais que mais avançaram nas Campanhas Salariais da Federação nos últimos cinco anos. O Grupo 3 possui uma maior participação, de quase 20% das cláusulas novas ou alteradas. Na sequência vêm a Estamparia, com 12 cláusulas, entre novas e preexistentes, e a Fundição, com 10. Algumas conquistas marcantes foram a cláusula sobre o Programa de Formação e Cidadania, que permite a liberação dos trabalhadores, de forma voluntária, para participar de programas de formação ministrados pelo Sindicato. Quatro bancadas patronais assinaram esta cláusula: Grupos 2, 3, Montadoras e Fundição. Outra é o combate à rotatividade (apenas os Grupos 2, 3, 8 e Estamparia assinaram a CCT) que prevê um espaço de discussão bipartite – formado por trabalhadores e empresários- para debater a questão.

Os maiores reajustes do Brasil
O levantamento também revela que o reajuste acumulado (2007-2011) conquistado pela categoria foi de 54,8% para as Montadoras e 51,3% para os demais Grupos de Negociação.  “Desta forma observa-se um ganho real acumulado no período de 17,9% nas Montadoras e 15,4% nas demais bancadas patronais. O índice negociado não só repôs a inflação como garantiu um poder de compra maior”, explica o Cardoso.

No Estado de São Paulo, os trabalhadores representados pela FEM-CUT/SP obtiveram um reajuste de 15,5% maior que os metalúrgicos de outras cidades. A  inflação acumulada calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE), utilizado nas Campanhas Salariais da FEM-CUT/SP, foi de 31,0%, sendo que o ano de 2011 foi o maior dos cinco anos observados, 7,4%.

Setores da base da FEM-CUT/SP

Fundição
Montadoras (Volks, Scania, Ford, Mercedes Benz e Toyota – ABC, Taubaté, São Carlos e Sorocaba)
Estamparia
Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)
Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)
Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros)
Grupo 10 (reúne os sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros).
Total de metalúrgicos na base FEM: 250 mil

 

Da FEM-CUT