Metalúrgicos injetarão R$ 419 milhões de 13º salário na economia
Os trabalhadores de empresas metalúrgicas de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, que fazem parte da base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, vão injetar R$ 419 milhões na economia com o recebimento do 13º salário neste fim de ano.
O valor é 17,6% maior que o recebido no mesmo período do ano passado (R$ 355,3 milhões). O crescimento se deu não apenas em consequência de reajustes obtidos pela categoria em 2010 – as montadoras deram no ano passado aumento de 10,8% -, mas também pelo aumento do número de empregos. No ano passado, eram 102,8 mil trabalhadores e, neste ano, já são 108 mil.
Desse total, que ajudará a movimentar o comércio da região, 72,5% (R$ 303,9 milhões) são referentes ao segmento automobilístico: cerca de R$ 226 milhões serão de empregados de montadoras e, em torno de R$ 77 milhões, de indústrias de autopeças.
Esses números foram calculados pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas, com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego, e não incluem autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado. Também não envolvem valores de abonos.
Também não é considerado no estudo o adiantamento da primeira parcela do 13º salário ao longo do ano nem os casos de categorias que o recebem antecipadamente por acordo ou convenção coletiva.
Procurados pela equipe do Diário, os sindicatos dos metalúrgicos ligados à Força Sindical na região não disponibilizavam de dados referentes ao pagamento do 13º salário.
País e estado
No Estado de São Paulo, o setor metalúrgico vai pagar o montante total de R$ R$ 3 bilhões de 13º salário (considerando todas as centrais sindicais). Em todo o País, serão R$ 5,7 bilhões.
Apenas os da base da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT correspondem a R$ 2 bilhões, ou seja, 34% de todo o recurso pago pelas empresas do ramo a essa categoria no Brasil; algo em torno de 0,05% do Produto Interno Bruto previsto para 2011.
Para o presidente da CNM-CUT, Paulo Cayres, o dado mostra a força dos trabalhadores em companhias onde existe a organização no local de trabalho. Ele destaca ainda que a base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que registra o maior montante a ser pago pelas empresas em 13º entre as entidades filiadas à confederação no Brasil, é uma demonstração disso. “Em termos de organização no local de trabalho, é o mais avançado no País”, afirma. Nos municípios abrangidos pela entidade, as representações estão em 89 empresas, que somam 85% dos empregos do segmento.
Do Diário do Grande ABC