Montadoras esperam vender mais em setembro
A partir de outubro, os descontos de IPI serão paulatinamente reduzidos e, em dezembro, deixam de existir
A indústria automobilística espera uma nova corrida dos consumidores às concessionárias de veículos em setembro, último mês de validade da redução integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros, prorrogada por duas vezes este ano. A partir de outubro, os descontos de IPI serão paulatinamente reduzidos e, em dezembro, deixam de existir. Em julho, como já era esperado pelas montadoras, houve uma queda de 4,9% nas vendas na comparação com junho, o melhor mês da história da indústria, quando foram licenciados 300,2 mil carros em todo o país.
O presidente da Anfavea, associação que reúne as montadoras no país, Jackson Schneider, disse ontem que conta com uma retomada das vendas já a partir deste mês. Segundo ele, os consumidores não devem deixar para comprar o carro novo com IPI menor perto de outubro, para evitar o risco de não encontrar o modelo desejado.
“Haverá uma pressão muito grande de vendas em setembro, como aconteceu em junho”, disse ele, referindo-se à corrida às lojas antes de o governo prorrogar novamente o benefício.
O desconto do IPI foi a salvação da indústria automobilística, que, ao contrário de outros setores da economia, vive mais um ano de recordes. Segundo a Anfavea, mesmo com a desaceleração das vendas em julho, nos primeiros sete meses do ano foram vendidos 1,735 milhão de veículos, 2,4% a mais que o mesmo período do ano passado.
Julho, apesar da queda, foi o terceiro melhor mês na história da indústria em número de vendas, atrás apenas de junho passado e de julho de 2008.
No mês passado, pela primeira vez desde o agravamento da crise global, em outubro, a indústria contratou mais do que demitiu: foram 87 novos postos na comparação com junho. Segundo Schneider, o ligeiro aumento de 0,1% ainda não reflete as últimas contratações anunciadas pelas montadoras.
“Nos próximos meses, o setor começa a registrar um aumento maior no número de empregos”, afirmou Schneider.As exportações do setor caíram 46,6% de janeiro a julho.
Do O Globo