Pacote argentino pode atrair investimentos que seriam feitos no Brasil
Congresso do país vizinho avalia projeto de lei que concede incentivos fiscais às montadoras
Seguiu para tramitação no congresso da Argentina projeto de lei que concede incentivos fiscais para montadoras instaladas no país. O governo requer aprovação de três medidas: devolução antecipada do Imposto Sobre Valor Agregado, o IVA, amortização dos impostos que incidem sobre os lucros e alíquota zero no imposto de importação até dezembro de 2031.
De acordo com o texto enviado para apreciação no congresso, o projeto de lei tem como objetivo assegurar maior produção, maior volume de exportação e geração de empregos. Terão acesso aos benefícios projetos de veículos que atendam certos níveis de conteúdo nacional: 15% nos três primeiros anos após sanção da lei e 20% nos anos seguintes.
A medida poderá atrair investimentos que teriam como destino o Brasil, maior parque industrial e maior mercado da região, de acordo com Antonio Jorge Martins, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). “As matrizes hoje avaliam ainda mais as condições produtivas dos países onde mantêm subsidiárias. Se na Argentina as condições forem melhores, é possível que um ou outro projeto siga para as linhas instaladas no país vizinho”, disse o professor.
Este quadro já era apresentado pela Anfavea em debates sobre competitividade da indústria automobilística nacional. Foram várias as vezes em que o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, trouxe à tona preocupação do setor a respeito de uma eventual fuga de investimentos por causa das questões domésticas conhecidas, como tributação e custo logístico, por exemplo.
À reportagem, a Anfavea disse que ainda avalia internamente os reflexos que a medida argentina poderá causar na operação das montadoras brasileiras.
Do Automotive Business