Pedido de concordata da GM dos Estados Unidos não deve afetar os negócios no Brasil
Especialistas acreditam que o País possa se beneficiar com a reestruturação da empresa, exportando tecnologia e mão de obra para a matriz
O executivo-chefe da GM, Fritz Henderson, afirmou em entrevista coletiva concedida na segunda-feira (1), que os clientes continuam sendo a prioridade da empresa e o momento é de oportunidade. “Embora nossa preferência tenha sido criar uma nova GM por um caminho diferente, o que importa é levar a GM até o destino certo”, declarou.
Nos Estados Unidos, a companhia não registra lucro desde 2004, e apenas as operações na América Latina geraram ganhos no primeiro trimestre deste ano. A prioridade deve ser dada aos processos de reestruturação na matriz, onde o ajuste é mais difícil.
“A subsidiária daqui é superavitária. Não há motivos de intervenção da matriz nas operações daqui a não ser para aumento das remessas de lucros”, afirmou José Eduardo Balian, professor de Economia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Balian é um dos que acredita na transferência de tecnologia para a reestruturação do mercado automobilístico norte-americano. “A longo prazo, cerca de cinco anos, poderemos transferir experiências em carros pequenos e médios e, também, veículos bicombustíveis”, lembrou.
“O presidente dos EUA, Barack Obama, já anunciou que quer veículos mais econômicos e menos poluentes”, reiterou Olivier Girard, diretor de Infraestrutura, Logística e Transporte da Trevisan Consultoria. “A exportação da engenharia e da tecnologia nacional podem beneficiar o Brasil economicamente”, concluiu.
A GM do Brasil não se pronunciou sobre a concordata, mas convocou reunião com a imprensa para esta terça-feira (2), a fim de apresentar resultados do quadrimestre e definir os rumos da montadora no País.
Do Diário do Grande ABC