Pressão do Sindicato sobre Ministério da Fazenda e BNDES começa a dar resultados

Trabalhadores na Mercedes lotam a rua do Sindicato em assembleia pela defesa do emprego

O presidente do Sindicato, Rafael Marques, anunciou ontem que começam a surgir resultados da pressão exercida pelos Metalúrgicos do ABC sobre o Ministério da Fazenda e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, para amenizar o impacto sobre os trabalhadores da queda da produção de caminhões.

No último dia 27, por exemplo, Rafael esteve com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na sede da instituição, no Rio de Janeiro, para apresentar as reivindicações da categoria.

Ontem, uma semana após a reunião, o presidente do Sindicato foi comunicado sobre a primeira definição positiva da conversa. Trata-se da volta das operações do Finame Simplificado, que haviam sido interrompidas.

 “O Finame Simplificado foi utilizado pelo BNDES com bastante sucesso na crise de 2009 para destravar a venda de caminhões”, lembrou Rafael.

“A grande vantagem desta operação é dar agilidade à comercialização e colocar o caminhão na linha para ser produzido. É isto que precisamos”, prosseguiu.

Pessimismo fabricado

Apesar da boa notícia, Rafael ficou bastante preocupado com os dados divulgados nos últimos dias pela Fenabrave– associação das concessionárias de veículos – sobre a queda nas vendas de veículos, principalmente caminhões.

 “Não conseguimos identificar outro motivo para esse recuo dos consumidores, que não seja a expectativa intensamente negativa forjada por certos agentes econômicos no País e que prejudica todo o setor automotivo”, denunciou Rafael.

 “É necessário encontrar rapidamente uma saída para escapar da armadilha do pessimismo que faz com que as pessoas adiem suas compras”, defendeu o dirigente. Na opinião de Rafael, reflexos desse pessimismo já são sentidos na base dos metalúrgicos do ABC. “Sindicato e Mercedes travam intensas negociações sobre investimentos, o futuro da fábrica em São Bernardo e uma série de outros assuntos importantíssimos para os trabalhadores na montadora, na categoria e em todo o ABC”, contou.

“Manter esse diálogo em um ambiente de queda de vendas dificulta muito a conversa. E tudo piora quando os dados da conjuntura também não ajudam”, finalizou.

Reflexos deste pessimismo seriam a paralisação da produção de caminhões nas fábricas Ford, em São Bernardo, e Mercedes, em São Bernardo e Juiz de Fora, em Minas Gerais.

A partir de hoje, 900 trabalhadores da linha de montagem na Ford saem de folga por seis dias e só retornam no dia 14.

Os companheiros na Mercedes trabalharão em esquema de semana curta, com um dia a menos de produção, em São Bernardo, e terão férias coletivas de três semanas- entre 22 de abril e 11 de maio – em Juiz de Fora.

 

Da Redação