Proxyon: Redução da jornada sem redução de salário

Os trabalhadores na Proxyon, em São Bernardo, aprovaram ontem em assembléia a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 43 horas semanais.

A jornada menor com mesmo salário começará em janeiro do próximo ano, quando os trabalhadores passam a entrar 15 minutos mais tarde que agora.

“Menor tempo no trabalho significa mais qualidade de vida”, disse o diretor do Sindicato, José Paulo Nogueira.

Como a redução só vale a partir do próximo ano, a diferença da jornada até lá será compensada com cinco dias de licença remunerada no final do ano.

Zé Paulo explicou que o acordo prevê nova rodada de negociação em julho, quando em pauta estará a jornada de 42 horas de trabalho semanais.

>> Luta contínua

A redução da jornada de trabalho é luta histórica dos trabalhadores e nossa categoria, em escalada crescente, segue nessa conquista.

E segue também em campanha permanente. A Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT elegeu a redução da jornada como prioridade para a campanha salarial. “É a receita de maior impacto na ampliação da oferta de empregos”, salientou o presidente da Federação, Adi dos Santos Lima.

Ele lembrou ainda que a redução da jornada sem redução sala-rial é uma medida de justiça social. “A produtividade em todos os setores da economia cresceu expressivamente na última década, ao passo que a massa salarial foi reduzida. E só quem se aproveita disso são as empresas”, explicou.

Adi salienta que no Fórum Nacional do Trabalho, que debate as reformas sindical e trabalhista, a CUT quer que a legislação estipule uma jornada menor em todo o País, como foi na Constituinte de 1988, quando a jornada caiu de 48 para 44 horas.