Rafael alerta para privatização no setor de energia elétrica

Em nota técnica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, alerta para privatização, desnacionalização e terceirização no setor elétrico brasileiro, na contramão do que ocorre no restante do mundo.

O texto trata do anúncio do governo federal sobre adoção de uma política de privatizações no setor, com a venda de empresas do grupo Eletrobras e de distribuidoras estaduais. Em setembro do ano passado, a chinesa State Grid assinou acordo para a compra dos 23% da CPFL, maior grupo privado do setor elétrico e que tem sede em Campinas, interior de São Paulo.

“O processo de privatização costuma ser peça-chave de programas de ajuste fiscal. Nele, empresas constituídas com recursos públicos são vendidas à iniciativa privada sob o discurso da eficiência e da geração de receitas extras para reduzir o estoque da dívida pública. No entanto, quando são analisados os resultados do processo de privatização do setor elétrico brasileiro da década de 1990, é possível verificar a precarização dos serviços e das condições de trabalho e o aumento das tarifas acima dos índices de inflação”, aponta o texto.

“Vão internacionalizar a nossa economia e quanto mais internacionalizada uma economia é, mais ela manda nas diretrizes do Brasil, imagina em um setor estratégico como é o de energia. É isso que está acontecendo com a gente neste momento. Temos que olhar isso com muita atenção, porque isso tira nosso poder”, analisou o presidente do Sindicato, Rafael Marques, durante reunião da Diretoria Plena, realizada no último dia 24.

“Além de não prever nenhuma forma de discussão com a sociedade, o programa de privatizações não faz nenhuma menção ao conjunto dos trabalhadores das empresas que deverão ser privatizadas”, continua o documento do Dieese.

O texto pontua ainda que o País segue na contramão do restante do mundo. “Chama a atenção o fato de que a privatização, de certo modo, apresenta-se como um processo de estatização, uma vez que empresas públicas brasileiras poderão ser vendidas para empresas estatais estrangeiras. O País segue na contramão do restante do mundo”, completa a nota.

Da Redação