Rotina de uma mulher
O despertador toca. São 4 horas da manhã e mais um dia se inicia para Joana. Ainda podia sentir os resquícios da gripe que tomou conta do seu corpo há dois dias. Sentia-se muito cansada. Abriu os olhos e pensou no longo dia que teria pela frente. Tinha tanta coisa para fazer que não podia se dar o direito de ficar doente.
Levantou-se e foi preparar o almoço. Tinha que deixá-lo pronto para seu marido e sua filha. Preocupava-se com o que ela comia antes de ir para a escola. Lembrou-se que naquele dia teria reunião de pais e mestres e que seria difícil comparecer. Seu chefe não via com bons olhos as saídas que fazia por conta dos filhos. Deixava para sair somente por questões de saúde, mas sua filha disse-lhe que queria tanto que ela fosse…
Seria tão bom se seu marido colaborasse. Estava desempregado e andava bastante depressivo. O pior é que andava bebendo e quando isso acontecia costumava ficar violento. Não queria ficar com as crianças dentro de casa. Ficava somente com a mais velha de oito anos, o que a forçava a deixar a pequena de dois anos com a cunhada.
Mais um dia
Joana correu e foi se arrumar para o trabalho. Agasalhou sua filhinha, deu-lhe a mamadeira e a aconchegou em seu colo. Seu coração doía ao tirá-la da cama tão cedo. Correu para não perder o ônibus. Enquanto esperava ficou pensando que teria de passar mais tarde no supermercado antes de ir para casa, justo hoje que tinha tanta roupa para lavar. Pensou em fazer uma boa faxina em sua casa no sábado e deixaria para passar a roupa no domingo. Quem sabe no feriado poderia descansar um pouquinho…
Sua filha acordou, olhou para ela e disse: “- Oi mãezinha!”. Joana sorriu para ela, beijou seu rostinho e a abraçou bem forte. Era tudo o que precisava para sentir-se melhor. Sentiu-se renovada com esse amor e preparada para mais um dia.
Subseções Dieese do Sindicato e da CUT Nacional