Temer quer aprovar reforma da Previdência a qualquer custo

Foto: Adonis Guerra

Empenhado em aprovar a reforma da Previdência antes do fim de fevereiro, Temer atira para todo lado com o objetivo de convencer parlamentares e a população de que mais esse desmonte, que piora a situação dos trabalhadores, é necessário.

O arsenal de Temer, só para a base aliada, pode chegar a R$ 30 bilhões. Em publicidade, ele pretende gastar mais R$ 50 milhões.

O que faltou pagar em 2017, em emendas parlamentares, que podem ser destinadas por deputados federais e senadores a redutos eleitorais, mais as novas emendas do orçamento deste ano somam R$ 20 bi­lhões. Os outros R$ 10 bilhões o governo espera economizar ainda em 2018, caso a reforma seja aprovada.

Já para tentar manipular a so­ciedade, além das peças publi­citárias inseridas nos principais veículos de comunicação do País, com gastos que chegaram a R$103,5 milhões no ano pas­sado, agora Temer busca uma parceria com o Google.

Com a investida, ao procu­rar informações sobre o termo Previdência, o trabalhador seria direcionado pelo site de buscas para conteúdos oficiais do governo favoráveis à reforma. Temer também planeja investir no Youtube, plataforma que possui a segunda maior audi­ência do País.

“Com essa parceria estaría­mos diante de mais um golpe, uma forma de manipulação da opinião pública feita com o dinheiro dos impostos pagos pelo trabalhador”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.

“Esse é mais um alerta para que a população procure fontes confiáveis de informação, entre elas, seus sindicatos e entidades que representam de fato os interesses da categoria, e fique atenta quando houver convoca­ção para manifestações contra essa reforma, que quer acabar com a aposentadoria no Brasil”, reforçou.

Em dezembro do ano passado, a procuradora-geral da Repú­blica, Raquel Dodge, pediu que o Supremo Tribunal Federal proibisse gastos do governo federal com campanhas favo­ráveis à reforma da Previdência.

A ação questiona a desti­nação de R$ 99,3 milhões para comunicação institucional, como fixou em novembro a Lei 13.528/2017.

Dodge afirmou que ne­nhum governo “pode valer-se de recursos financeiros públi­cos para promover campanha de convencimento, que se redu­za à repetição de ideias, teses e juízos que não são de consenso universal”.

Da Redação.