Trabalhadores no Grupo ZF discutem pauta comum
Depois da greve em Sorocaba, sindicatos se reúnem hoje para discutir pauta única e tratamento igual.
Após dois dias de greve, os três mil trabalhadores da ZF Brasil, de Sorocaba, voltaram ao trabalho quando o Sindicato dos Metalúrgicos conquistou a reabertura das negociações e o compromisso da empresa em definir um acordo até 31 de março.
O pessoal parou porque a ZF mudou o convênio médico, por reestruturação salarial e porque a fábrica aumentou o tempo de refeição, obrigando o trabalho aos sábados.
Os problemas enfrentados pelos companheiros em Sorocaba são comuns também nas unidades de Araraquara, Contagem (Minas Gerais), e São Bernardo, onde a ZF controla a Sachs.
Por isso dirigentes dos sindicatos de metalúrgicos destas cidades se reúnem hoje para discutir uma pauta única. Um dos pontos é a PLR.
Sem discriminação
Para José Paulo Nogueira, o Zé Paulo, diretor do nosso Sindicato, os patrões não podem tratar os trabalhadores com diferença. “Quando é para favorecê-la, a empresa diz que tem política única para todos, como é o caso do convênio. Mas quando é para beneficiar o trabalhador, a história muda”, disse Zé Paulo.
Ele cita o exemplo do vale-compra que a Sachs quer acabar aqui para não conceder o mesmo benefício nas outras unidades.
Zé Paulo lembra que o pessoal também enfrenta o autoritarismo da empresa. “Na terça-feira passada sumiu da fábrica a edição da Tribuna Metalúrgica que noticiou a greve em Sorocaba”, contou.
“Sabendo que os trabalhadores daqui estavam sem informação, a chefia passou a desqualificar a greve, dizendo que o movimento acabou sem nenhuma negociação, o que não é verdade”, finalizou o dirigente.