Trabalhadores se organizam em centrais

Em agosto de 1983 é fundada a CUT – Central Única dos Trabalhadores. Sua referência é a luta por salários e condições de trabalho, para enfrentar a classe patronal e o governo no sentido de romper com a estrutura sindical. O ano termina com inflação de 212% e queda na produção da indústria.

Em 1984, o 1º de Maio pede eleições diretas para presidente e uma nova política econômica. Dezenas de greves pipocam pelo País. Em Volta Redonda, os trabalhadores na Companhia Siderúrgica Nacional cruzam os braços pela primeira vez.

No ano seguinte acaba o governo militar. Tancredo Neves, eleito pelo Colégio Eleitoral, morre e não chega a assumir. Seu lugar é ocupado pelo vice, José Sarney.

A inflação está em alta e vai fechar o ano em mais de 250%. As greves voltam a exigir reposição salarial. Sarney decreta o Plano Cruzado, o primeiro grande pacote econômico, congelando salários e preços. Algumas categorias conquistam reajustes trimestrais. Trabalhadores sem-terra ocupam áreas improdutivas exigindo a reforma agrária e criam o MST.

Perdas – Em dezembro de 1986 tem nova greve geral, a popularidade de Sarney cai e a inflação volta. O ano de 87 começa com os empresários exigindo o fim do congelamento e os trabalhadores reivindicando a recuperação das perdas salariais. Em agosto a CUT convoca nova greve geral.

No plano político, a luta pela democratização da sociedade continua com a campanha pela extinção das leis da ditadura. É o redesenho institucional do País a ser realizado através da elaboração de  uma nova Constituição.

Constituição de 1988 amplia direitos

Aprovada no final de 1988, a nova Constituição incorpora e amplia direitos fundamentais na área social e política. A jornada de trabalho semanal passa de 48 horas para 44 horas e são aprovadas eleições diretas para presidente, direito de voto aos analfabetos e voto facultativo aos jovens de 16 e 17 anos de idade.

Mas, reivindicações históricas do movimento sindical não foram alcançadas, como o direito de organização no local de trabalho, fim da unicidade sindical e o fim do controle do Estado sobre a negociação coletiva.

O ano fecha com inflação de 1.000% e greves principalmente no setor público. Na Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, o Exército volta a intervir na greve, entra na usina e mata três metalúrgicos.

Em 1989, o País vive uma desordem econômica e Sarney baixa o Plano Verão, com congelamento de preços pelo pico e salários realinhados pela média.

A mobilização popular alcança seu auge nesse ano com as eleições presidenciais. Estão em disputa dois projetos políticos, que dividem a sociedade. Vence o projeto conservador, de cunho neoliberal.