Trabalho no mundo: Integração entre universidades e indústria impulsiona desenvolvimento na China
Maquete do Parque Nacional da Indústria Ecológica da cidade de Yixing. Foto: Divulgação
Na terceira matéria da série sobre o trabalho na China, vamos abordar a integração entre as indústrias, as universidades e os grandes parques tecnológicos como pilares do crescimento chinês. Durante a visita, a comitiva do Sindicato conheceu experiências que impulsionam a criação de empregos e o desenvolvimento industrial do país de forma sustentável.
Na China, o setor industrial e o acadêmico, junto aos parques tecnológicos, têm buscado soluções mais limpas e menos poluentes, ao mesmo tempo em que criam patentes e desenvolvem novas tecnologias.
O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, integrante da comitiva, comparou a situação brasileira com a chinesa. “Na China há uma conexão entre indústria, trabalhadores e universidades que funciona muito bem. Aqui, os poucos parques tecnológicos que temos não trabalham em cooperação com a indústria, e geralmente os trabalhadores estão totalmente separados do debate”.
“É preciso pensar a região do ABC e outras cidades do Estado, como se fossem um grande parque. Aqui temos importantes universidades, grandes montadoras e autopeças e entre elas deveria haver mais troca de informação. O governo poderia fazer essa intermediação e chamar os sindicatos para promover este debate”, avaliou.
Um interessante exemplo visitado foi o Parque Nacional da Indústria Ecológica da cidade de Yixing, onde funcionam institutos que trabalham com reuso de água e soluções sustentáveis diretamente para a indústria. No local, que abrange uma área de 212 km², moram 120 mil pessoas e funcionam 1.700 empresas, que empregam 100 mil trabalhadores. Essas empresas mantêm transações com outras três mil, o que soma, aproximadamente, mais 110 mil trabalhadores. Em 2015, o parque movimentou 60 bilhões de yuan (moeda chinesa).
A comitiva também conheceu a Universidade Tsinghua, que abriga o Centro China Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energias que, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, trabalha no intuito de aumentar a eficiência do biodiesel brasileiro. “A China tem um planejamento de crescimento industrial que requer domínio e utilização de diversas matrizes energéticas. Para garantir isso, as universidades trabalham para além da parceria industrial chinesa, pensam no desenvolvimento como um todo”, finalizou Luizão.
Da Redação.