Um 1º de Maio digno de comemoração

Em defesa do emprego e da produção nacional

 

Raquel Camargo / SMABC

Os trabalhadores vão se reunir em 1º de maio no Paço de São Bernardo neste ano para comemorar o Dia do Trabalhador sob a bandeira da defesa do emprego e da produção nacional.

E os metalúrgicos do ABC têm motivos de sobra para festejar. Entre as medidas de incentivo à indústria nacional anunciadas no último dia 3 pela presidenta Dilma Rousseff, está o Novo Regime Automotivo, que incorpora uma série de reivindicações que estão na pauta da categoria há vários anos.

“O anúncio mostra o compromisso do governo brasileiro em manter a rota de crescimento da economia”, afirma Wagner Firmino Santana, o Wagnão, secretário-geral do Sindicato.

“Uma segunda avaliação que merece destaque é a participação da classe trabalhadora na tomada destas decisões”, prossegue. “Em um bom sinal de mudança, já que nos últimos anos os trabalhadores brasileiros ocuparam papel de coadjuvantes em nossa história, mesmo sendo o principal instrumento da engrenagem econômica e social do desenvolvimento do País”, prossegue o dirigente.

Ele ressalta que a incorporação de propostas apresentadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nas medidas de incentivo à indústria demonstra o amadurecimento nas relações entre a entidade e o governo.

“Começamos neste caminho em dezembro de 1991, quando o integramos a Câmara Setorial Automotiva, um fórum tripartite que reuniu sindicatos de trabalhadores, governo e empresários, e onde começamos a nos manifestar institucionalmente diante do debate sobre política industrial para o setor, estabelecendo uma nova forma de atuação sindical”, destaca Wagnão.

Naquele momento discutia-se a forte tendência de redução da produção e das vendas de veículos durante toda a década de 80, além da rápida modernização das indústrias automobilísticas japonesas.

Ficou detectado que os trabalhadores deveriam tomar providências rápidas para a modernização e reestruturação do setor no Brasil ou ele seria inevitavelmente, sucateado.

Passados vinte anos, o setor cresceu e figura como o quarto maior mercado em vendas de veículos leves do mundo atrás de China, Estados Unidos e Japão. Entretanto, o atual cenário sugere preocupações, pois o crescimento das importações no setor é constante desde 2004.

Entre as novas propostas do Sindicato estão: a intensificação da engenharia nacional, novos parâmetros para aumentar a nacionalização do veículo produzido no país, a implantação de um código de conduta social para as empresas do setor e a garantia das contrapartidas aos trabalhadores nos possíveis benefícios fiscais oferecidos pelo governo.

“Assim, retomamos nosso espaço tripartite de negociação para fortalecer os empregos e a produção nacional no enfrentamento da intensa disputa global pelo concorrido mercado interno brasileiro”, conclui o secretário-geral do Sindicato.

Da Redação