Volks – DEMISSÕES SUSPENSAS
Com as demissões suspensas, os trabalhadores decidiram interromper a greve enquanto o Sindicato e a Volks estiverem negociando.
Depois da Volks assumir compromisso de suspender as
demissões, os trabalhadores decidiram na
assembléia de ontem retornar ao trabalho até que
sejam concluídas as negociações.
“Esperamos que desta vez a Volks negocie para valer. Nossa
proposta é que a fábrica traga novos modelos e
mantenha os postos de trabalho”, disse o presidente do
Sindicato, José Lopez Feijóo.
Ele comentou que as negociações só
resultarão num acordo caso a montadora modifique sua
posição. “Precisamos encontrar
saídas que não sejam as demissões e
nem a perda de direitos”, disse.
As negociações devem se estender até
terça-feira da próxima semana, quando nova
assembléia será realizada.
“Ou aprovamos um acordo com a Volks ou vamos definir as
ações de uma nova jornada de luta”,
comentou Feijóo.
Ele avisou que estão suspensas todas as
ações de luta programadas, inclusive a
panfletagem que seria realizada amanhã em frente
às concessionárias da Volks.
Para Feijóo, a suspensão das demissões
e retomadas das negociações devem-se à
unidade na luta demonstrada pelos trabalhadores durante a greve.
“Está sendo um movimento forte e muito
solidário, e foi esse espírito que manteve a
produção totalmente paralisada”, disse.
Na assembléia conjunta de ontem os trabalhadores
aprovaram a não realização de horas
extras até o final das negociações.
Todas as fábricas são afetadas
A greve começou na terça-feira da semana passada
e até a suspensão do movimento, ontem, foram
quatro dias de paralisação da
produção.
Nesse período deixaram de ser fabricados 940 carros por dia.
A falta de peças estampadas, câmbios e
acessórios começou a prejudicar outras
fábricas da montadora.
Em Taubaté, a falta de câmbio parou a
produção na sexta-feira passada e a Volks
programou coletivas a partir do dia 18.
Por falta de peças estampadas não houve
produção em São José dos
Pinhais na sexta-feira e sábado. Em São Carlos,
além dos estoques de motores estarem muito altos,
começaram a faltar alguns componentes para sua
fabricação.
Solidariedade na Baixada Santista e de advogados
Cerca de cem trabalhadores, representando 40 sindicatos da Baixada
Santista, realizaram na sexta feira manifestação
de solidariedade aos metalúrgicos na Volks, paralisando por
uma hora a rodovia Piaçaguera-Guarujá, que
dá acesso ao pólo industrial de
Cubatão.
A manifestação foi convocada pelo Movimento
Intersindical, que reúne trabalhadores de sindicatos
filiados às várias centrais.
“Retardamos em mais de três horas a
produção na Cosipa e de empresas que fazem parte
da cadeia produtiva automobilística”, disse Pedro
de Castro Júnior, presidente do Sindicato dos
Bancários de Santos.
Ele afirmou que as demissões na Volks vão
prejudicar milhares de trabalhadores em todo o País.
“O capital não tem pátria e quer
aumentar o lucro reduzindo o custo com a
mão-de-obra”, avaliou.
Manifesto – Não compraremos seus ca