VW investe para manter fábricas no Cone Sul

Montadora renova linha para dar sobrevida a carros a combustão fabricados na América do Sul, especialmente Brasil e Argentina

A Volkswagen saiu na frente entre as montadoras que vão investir nas fábricas brasileiras para dar sobrevida aos carros a combustão produzidos e vendidos na América do Sul. É a primeira empresa da fase pós-pandemia de covid-19 a anunciar um ciclo de investimentos mais longo, até 2026. O novo plano, que somará R$ 7 bilhões, envolve, sobretudo, o desenvolvimento de uma nova família de veículos.

A empresa alemã decidiu, portanto, continuar a produzir no Brasil e na Argentina num momento em que a opção global por carros elétricos põe em xeque a sobrevivência dessa indústria na região. A elaboração dessa estratégia não foi trivial. Não é fácil para a subsidiária de uma companhia que na Europa já decidiu somente desenvolver carros elétricos pedir à matriz autorização para gastar dinheiro em novos modelos a combustão.

Vários fatores, no entanto, credenciaram a filial sul-americana do grupo alemão a obter esse aval. O principal é a certeza de que a região está longe de oferecer a mesma infraestrutura e os incentivos que aceleraram o processo de eletrificação nos países desenvolvidos. Mas, ao mesmo tempo, o Brasil mantém relevância no mercado global. Em 2020, o país ficou na nona posição entre os maiores produtores de veículos do mundo e na sétima entre os maiores mercados.

O primeiro veículo da nova família, chegará ao mercado em 2023 com o nome de Polo Tracker, mais um utilitário esportivo. A nova linha gradativamente substituirá os modelos de segmentos mais populares. O Fox já saiu de linha e o próximo será o Gol, um dos ícones da história da indústria automobilística no Brasil. Segundo Di Si, o modelo será produzido ainda em 2022.

Do Valor Econômico