Aumenta procura por cursos profissionalizantes
Sindicato tem 13 cursos que combinam a formação e qualificação profissional com a político-sindical
Boquinha disse que uma das preocupações dos cursos é a aula de cidadania.
Fotos: Raquel Camargo / SMABC
Estão cada vez mais concorridos os cinco cursos de qualificação profissional do convênio entre o Sindicato e o Senai na Regional Diadema. São cursos de inspetor de qualidade, matemática, desenho mecânico, eletricista instalador e comandos elétricos, que formam cerca de 500 trabalhadores ao ano.
“O mais disputado é o de inspetor de qualidade”, disse Antonio Pereira de Campos, o Boquinha, coordenador dos cursos. A procura é tanta, alcançando a proporção de dez candidatos por vaga, que foram formadas quatro turmas.
“A questão da qualidade está presente na fábrica, seja na operação das máquinas ou na fase final da célula de produção”, comentou.
Boquinha afirmou que as pessoas fazem os cursos buscando melhorar a qualificação e a ascensão profissional. “Além de qualificação, o trabalhador quer se aprimorar para se manter no emprego. Muitos mudam de função e outros de profissão”, contou.
De acordo com o dirigente, os cursos também são abertos àqueles que estão desempregados e querem voltar a trabalhar e aos jovens que se preparam para o mercado.
Um diferencial é a aula de Cidadania, a cargo de formadores voluntários e dirigentes. “Entendemos que o trabalhador não deve se ater somente à parte técnica, ele deve entender como funciona a sociedade funciona, conhecer seus direitos. É por isso que essas aulas têm um recorte de classe social”, explicou.
Por experiência e mais qualificação
Renan Leite Silva, 16 anos, está no 2º ano do ensino médio e entrou no curso de eletricista. “Quero ganhar experiência. O curso é bom, a gente entende as explicações e existe emprego bom na área”. Ele comentou que com as aulas de cidadania passou a entender melhor a questão salarial. “Agora sei o quanto o trabalhador ganha e o quanto o patrão ganha com a nossa mão-de-obra”, disse.
Edson Pereira Xavier, o Carioca, trabalha na inspeção final na Mahle e faz matemática. “O mercado exige pessoas cada vez mais qualificadas e esses cursos abrem mais perspectivas profissionais”, comentou.
Já Edgard de Almeida Oliveira, operador na Sogefi, disse que faz o curso de desenho mecânico pensando em crescer profissionalmente. “O curso é super bom, a gente aprende bastante”. Seu objetivo é fazer faculdade de engenharia “Com luta a gente chega lá”, ensinou.
Fabiana Soares, operadora de máquina na Daiwa, destacou que o curso lhe deu base para entrar na faculdade de Mecatrônica. Eleita para o CSE, ela destacou que as aulas de cidadania ajudam no trabalho em defesa dos direitos dos trabalhadores. “Melhoramos muita coisa lá dentro”, comentou.
Proposta é de formação profissional e política
O plano de formação do Sindicato está estruturado na formação político sindical de dirigentes, trabalhadores e militantes e na qualificação profissional da categoria. Conheça um pouco do plano desenvolvido pelo Departamento de Formação para o triênio 2011/2014.
Curso de formação para dirigentes
A formação político-sindical é dividida em três blocos
1) Formação para dirigentes traz os cursos O Sindicato e o Futuro dos Metalúrgicos, (com 40 horas de duração); As mulheres e a Política no Brasil (64 horas), Formação de Formadores (96 horas), e Leitura de Compreensão de Textos (24 horas). Existem cursos realizados por universidades conveniadas, como o Políticas Públicas (96 horas) e Introdução à Realidade Brasileira (108 horas) feitos na Universidade Federal do ABC; e Economia do Trabalho e Sindicalismo (360 horas), realizado pela Unicamp.
2)Formação para militantes com os cursos Formação de Base (8 horas) e História do Movimento Sindical através do Cinema (18 horas).
3)Formação para Trabalhadores apresenta os programas Trabalho e Cidadania, para metalúrgicos que passam um dia no Sindicato (8 horas); Sindicato e Cidadania, para os cursos de qualificação e ao pré vestibular feito com a Educafro (36 horas); Resgate da Cidadania, para chefes de família em situação de risco social (12 horas); Formação de Funcionários do Sindicato (8 horas) e Sociedade Brasileira e Cidadania, para os advogados do Sindicato (48 horas).
Em breve, uma escola para ensino profissional
O Sindicato planeja uma rede na qual participará com uma Escola de Qualificação Profissional para área metal-mecânica. Serão integrantes dessa rede a Universidade Federal do ABC, outras universidades, o Senai e entidades voltadas a esse tipo de ensino. A previsão é de iniciar os cursos em 2013.
Da Redação