Congresso: um processo educativo
A experiência do 2º Congresso das Mulheres Metalúrgicas nos permitiu refletir, entre outras coisas, sobre o cotidiano da mulher e os diversos papéis assumidos por elas na atualidade;
sobre a relação entre homens e mulheres, tanto no que se refere à desigualdade entre os sexos, quanto ao sonho de construir novas relações baseadas em laços de solidariedade
e respeito mútuo.
Desde a abertura, que contou com a presença do presidente Lula, nos permitiu relembrar o 1º Congresso e seu significado naquele momento histórico, e a importância deste segundo.
As oficinas trouxeram vários elementos importantes, desde dados objetivos das condições vividas pelas mulheres como a incorporação de novas tarefas sem que houvesse um novo arranjo de divisão das mesmas entre os sexos, e a necessidade de se criar novas relações,
até contribuições sobre o “espaço do imaginário”.
Nesta área importante, onde se produz e reproduz cultura, de maneira geral ainda se constrói uma imagem da mulher cuja marca central é a inferioridade.
As delegadas do Congresso puderam, em grupos de trabalhos, refletir sobre a condição feminina em sociedade sob múltiplos aspectos, e o debate se deu, em sua grande maioria, a partir do cotidiano de cada uma no trabalho, na escola, na família, no sindicato, enfim, em seus espaços sociais para, a partir da problematização das dificuldades enfrentadas, construírem juntas possíveis formas de enfrentamento, apresentando propostas de ação sindical.
A leveza, a competência, a beleza, a firmeza, com que os temas, por vezes tão duros, foram tratados, revelam por si só algo presente na fala de Marta Suplicy, no sábado: “As mulheres e os homens são diferentes. Olham para a realidade, para a vida, de lugares diferentes. As mulheres não são melhores, mas podem fazer diferente.
Já ocuparam vários espaços na sociedade, é preciso, no entanto, que assumam seu lugar nos espaços de poder, para que nossas filhas e nossas netas não tenham teto, limite, possam tudo…” Foi um aprendizado rico, instigante, criativo e produtivo que decidiu realizar um novo Congresso a cada três anos e um Encontro das Mulheres Metalúrgicas por ano.
Departamento de Formação