Direção Plena encerra mês na Consciência Negra com debate sobre situação dos negros no Brasil
A atividade contou com vivência sobre compra e venda de escravos, estudo sobre mercado de trabalho feito pelo Dieese e apresentação musical
Foto: Adonis Guerra
Para fechar o mês da Consciência Negra, a reunião da Direção Plena dos Metalúrgicos do ABC, realizada na manhã de ontem no Sindicato, teve como tema ‘A luta é por igualdade, respeito e pela vida’. Na abertura, crianças e adolescentes que integram o Centro Cultural Afro Brasileiro Francisco Solano Trindade fizeram uma apresentação musical com canções relacionadas à temática.
Na sequência, os metalúrgicos e metalúrgicas participaram de uma vivência, organizada pelo departamento de Formação. Divididos em dois grupos, um representando os brancos e o outro, os escravos, fizeram uma viagem no tempo, até 1831 quando foi promulgada a lei de proibição do tráfico de escravos para o Brasil. Os participantes simularam a compra e venda de escravos.
A proposta da atividade foi promover a reflexão sobre o que ocorria à época. Após a vivência, os companheiros e companheiros conversaram sobre a experiência e o departamento de formação trouxe informações mais aprofundadas sobre o que resultou hoje na naturalização da desigualdade e da violência.
A atividade seguiu com um estudo realizado pela subseção do Dieese sobre as diferenças de negros e brancos no mercado de trabalho, passando por escolaridade, oportunidades, salários e gênero. De acordo com o levantamento, 70% das pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no país são negras. Outro dado importante aponta que dos jovens que não estudam nem trabalham, 19% são brancos e 26%, negros.
“Estamos vendo o que sofre a população negra, mas dentro da nossa própria categoria há pessoas que não conseguem enxergar. Precisamos debater, pois muitas vezes o racismo está acontecendo do nosso lado e alguns não percebem. Esse dia de formação nos ajuda a identificar qualquer tipo de racismo e saber como continuar as transformações tão necessárias”, destacou o coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Alberto Queiroz Rita, o Somália.