Diretoria do Dieese toma posse com desafios na luta por direitos
Foto: Roberto Parizotti
Os integrantes das direções Executiva e Técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) tomaram posse na terça-feira, dia 4, em São Paulo.
O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, que presidiu o Dieese em 2003 e 2004, ressaltou que a entidade é única no mundo.
“O Dieese concilia as diferenças ao trabalhar com todas as centrais sindicais e fornece ao movimento sindical conteúdo técnico e de credibilidade para respaldar a luta em prol dos trabalhadores. Nasceu para combater os dados manipulados do governo e hoje atua em diversas esferas da sociedade”, afirmou.
O diretor executivo do Sindicato, Nelsi Rodrigues, o Morcegão, integra a direção Executiva do Dieese pelos próximos três anos e falou dos desafios diante da conjuntura do país.
“Um dos desafios é ajudar no processo de reorganização do movimento sindical do país, com pesquisa, assessoria aos sindicatos e formação dos trabalhadores. Desde a sua fundação, passou por várias situações, a ditadura de 1964, processo de redemocratização”, explicou.
“A partir de 2004, com o governo Lula, o Dieese buscou estruturar pesquisas e estudos voltados para a sociedade, como o Índice de Custo de vida e da cesta básica. Porém, o governo atual vem realizando o desmonte, como o que foi feito com a Pesquisa de Emprego e Desemprego. Quando não temos dados e pesquisas elaborados por institutos sérios, o governo pode fornecer resultados questionáveis”, prosseguiu.
O cientista social Fausto Augusto Junior, desde 1996 no Dieese, será o novo diretor técnico da entidade. De 2009 a 2016, integrou a subseção do Dieese nos Metalúrgicos do ABC e chegou a coordenador.
Fausto destacou que o momento atual é bastante conturbado, de desemprego alto, precarização do trabalho e ataques aos direitos. “Este é um momento de aumento da desigualdade. Cabe resistir e enfrentar algo que nos organiza e nos mobiliza, que é o embate contra a desigualdade. Esta é a nossa história”, defendeu.