Dirigentes sindicais discutem futuro do trabalho em Seminário no Uruguai

Fotos: Divulgação

Representantes sindicais da Argentina, Brasil, Chile e Uruguai se reuniram no último dia 20 em um Seminário sobre o impacto da tecnologia no trabalho, em Montevidéu, no Uruguai, no Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (Inefop). O evento foi realizado pelo Instituto Cuesta Duarte e a central sindical Pit-Cnt.

O evento faz parte do projeto “Indústria integrada” que busca analisar a revolução científica e tecnológica, e construir propostas para estimular o emprego, o crescimento de atividades produtivas e o desenvolvimento de uma política industrial sustentável.

O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michel Vasconcelos da Silva, que acompanhou o evento destacou que é preciso acompanhar o progresso científico e tecnológico, que é inevitável, mas sempre pensando em inserir os trabalhadores na implementação e na elaboração dos processos.

“Precisamos nos reunir e discutir como podemos nos adaptar às mudanças que estão por vir. É preciso discutir sempre como garantir empregos”.

“A indústria uruguaia está dentro das cadeias produtivas globais, como a Mercedes. Umas das vantagens a favor dos trabalhadores é que eles têm apenas uma central sindical, o que proporciona um poder de atuação muito forte”, contou.

Além do seminário, os sindicalistas participaram de várias outras atividades no país para discutir o futuro do trabalho. Concederam entrevista à Rádio 30, mídia história no movimento de resistência uruguaio, estiveram na Universidade de Salto, em um debate sobre os impactos das novas tecnologias e o papel do Estado nesse processo.

Os dirigentes também discutiram integração regional, Mercosul e Unasul com representantes governamentais na prefeitura de Paysandú, e as reformas que estão ocorrendo no Brasil pós golpe com os técnicos da equipe de Representação dos trabalhadores do BPS (Banco de Previdência Social). 

“O modelo de Previdência Social proposto no Brasil é uma grande preocupação dos técnicos e especialistas por, segundo eles, colocar milhões em situação de miséria”, alertou.

“Debatemos também a influência da extrema direita na região, os ataques à democracia e as possibilidades democráticas e populares a partir das eleições em outubro de Argentina e Uruguai. As denúncias que chegam às mídias uruguaia sobre o processo de perseguição e criminalização das lideranças e movimentos sociais. Em todos os lugares que passamos a prisão política de Lula e o projeto que ele representa, sempre estiveram nas questões levantadas pelos uruguaios”, completou.