Fala Wagnão: Um recado ao empresariado
Em troca das reformas trabalhista, previdenciária e tantas outras que beneficiam o empresariado, uma boa parte destes têm dado apoio incondicional ao governo Bolsonaro, o que, no nosso entender, é uma cegueira de quem está atirando no próprio pé.
Nós não estamos vendo nenhuma proposta que, de fato, apoie a indústria nacional, o que o governo teria a obrigação de fazer. O que estamos assistindo, e que esse empresariado não percebe, é o desmonte de empresas como a Petrobras, empresas de infraestrutura que movimentam esse país, indutoras da produção das médias e pequenas empresas.
Em troca de um apoio para reformas que precarizam o trabalho e empobrecem a classe trabalhadora, esses empresários não estão enxergando que o anarcoliberalismo, professado por Paulo Guedes, está destruindo a indústria nacional. Isso é um contrassenso, pois uma visão liberal não impediria uma ação nacionalista de valorização e desenvolvimento da indústria brasileira.
Esta cegueira tem custado, ao longo de 2019 e já em 2020, o fechamento de várias empresas, e as outras que conseguem sobreviver o fazem a duras penas, pois não há um projeto que dê condições de preencher a capacidade ociosa da maioria das nossas fábricas.
Enquanto isso, entidades patronais como a Fiesp, por meio de um desvirtuamento de seu papel de defesa do projeto para seus associados, é utilizada como principal instrumento de projeção da imagem política de seu presidente. Falta nesse aspecto pragmatismo que seria característico da ação empresarial de promoção de políticas e alinhamento para o sucesso de seu negócio. É uma posição “emburrecida” por ganhos que não estão se concretizando, é um tiro no próprio pé no caminho do suicídio coletivo.