FEM-CUT endurece discurso e diz não à retirada de direitos
Foto: Edu Guimarães
A bancada dos trabalhadores, representada pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, não gostou da postura conservadora da bancada patronal da Estamparia na primeira negociação da Campanha Salarial na última quinta, dia 6, na sede do Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais, o Siniem.
Um dos temas que irritou a Federação foi quando o presidente do Siniem, Antônio Carlos Teixeira Álvares, sugeriu uma discussão futura sobre a cláusula que garante estabilidade no emprego até a aposentadoria em alguns casos.
“Deixamos claro que nesta Campanha nosso lema é Nenhum Direito a Menos e Mais Avanços Sociais. Não aceitaremos nenhuma tentativa de ataque, retirada ou retrocesso nos nossos direitos”, ressaltou o presidente da Federação, Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão.
Luizão espera que a bancada patronal mude de posicionamento na próxima negociação. “Fizemos duras intervenções contrárias ao posicionamento deles e acredito que eles tenham entendido o nosso recado”, explicou.
Ontem, a Federação deu continuidade às rodadas de negociações com os Grupos 2 e 8 no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp.
Segundo o dirigente, a reunião com os patrões do G2 – que reúne máquinas e eletrônicos – foi muito difícil. “A bancada patronal apresentou empecilhos em qua¬se todas as cláusulas, gerando, inclusive, tensão em determinados momentos”, declarou.
“Eles alegaram que todas as cláusulas sociais causam grande impacto econômico, o que não é verdade. Vamos provar que é possível negociá-las”, disse o presidente da Federação.
Com o Grupo 8 – que reúne trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros –, a conversa foi menos tensa, mas igualmente complicada. “Discutimos as reivindicações das cláusulas pré-existentes com alguns ajustes na redação. A maioria ainda continua sob estudos. Teremos algumas contrapropostas e estabeleceremos grupos de discussão, mesmo após o fechamento das negociações da data-base este ano”, afirmou Luizão.
“A Campanha Salarial continua a da paciência. O nosso argumento é o do desafio em produzir convenções mais humanas e menos burocráticas”, concluiu.
Fique atento às negociações
AMANHÃ
• Grupo 3, às 10h, no Sindipeças
• Fundição, às 13h30, no Sifesp
• Estamparia, às 15h, no Siniem
14 DE AGOSTO
• Estamparia, às 9h30, no Siniem
Sujeito a alterações
PRINCIPAIS EIXOS DA PAUTA
DE REIVINDICAÇÕES
Redução da jornada de trabalho sem redução no salário
Reposição da inflação e aumento real
Unificação e valorização dos pisos
Valorização das cláusulas sociais
Campanha Salarial 2015 – FEM-CUT
Data base: 1º de setembro
GRUPOS
2 – máquinas e eletrônicos
3 – autopeças, forjaria, parafusos
8 – trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros
10 – lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico, entre outros
Estamparia
Fundição
Dados da Subseção do Dieese na FEM-CNM/CUT