Formação na Karmann-Ghia discute gestão de cooperativas

(Foto: Edu Guimarães)

Em mais uma etapa do processo de formação oferecido pelo Sindicato, os tra­balhadores na Karmann-Ghia debateram a gestão de uma cooperativa na última sexta-feira, dia 21.

O advogado da Central de Coopera­tivas e Empreendimentos Solidários, a Unisol Brasil, Eugênio Alves, explicou os procedimentos de formalização, que são anteriores ao nascimento de um empre­endimento.

“Entre as etapas estão a identificação dos companheiros interessados, as possibilida­des, a viabilidade econômica e a definição da atividade econômica”, afirmou.

O advogado discutiu com os trabalha­dores a estrutura básica das cooperativas. “Todos os direitos e deveres de cada sócio são regidos pelo estatuto, que é o principal documento da cooperativa. Já o regimento interno estabelece as regras da rotina”, disse.

Ele também falou da importância da participação dos sócios nas tomadas de decisões. “A assembleia é o órgão máximo da cooperativa, onde todos têm direito à voz e voto, independente do número de cotas”, destacou.

Os companheiros na Karmann-Ghia tiraram dúvidas sobre a formalização de uma cooperativa. Na sexta-feira, dia 28, o tema será aspectos contábeis.

O objetivo do processo de formação é dar suporte aos trabalhadores para futuras decisões sobre a fábrica desativada desde maio.

Já foram realizadas rodas de conversa, palestras, dinâmicas em grupo e um semi­nário internacional sobre experiências de fábricas recuperadas por trabalhadores na Argentina, Brasil, Espanha e Itália.

Histórico

A Karmann-Ghia foi ocupada pelos trabalhadores em 13 de maio, após o abandono da fábrica pela direção da empresa. Na época, um parecer da justiça favorável aos antigos proprietários gerou um impasse em relação ao real dono da autopeças. Os companheiros estão sem receber salários e benefícios desde dezembro de 2015.

A ocupação tem o objetivo de ga­rantir a preservação do maquinário da empresa, como garantia de paga­mento dos direitos aos metalúrgicos. No final de junho, após aprovação dos trabalhadores, o Sindicato entrou com pedido de falência da empresa, considerado a melhor alternativa para viabilizar o recebimento dos direitos trabalhistas.

Da Redação