Na Câmara, Sindicato defende indústria nacional e empregos

Dirigente propõe políticas de fortalecimento das cadeias produtivas e critica o incentivo à informalidade no país

Na defesa de uma indústria nacional forte, competitiva, com geração de empregos de qualidade, trabalhadores bem remunerados e capacitados e proteção social, o diretor executivo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, participou do seminário da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, no dia 27 de novembro.

O dirigente representou a CUT no debate e ressaltou que a iniciativa foi extremamente importante para barrar a desindustrialização no Brasil.

“Temos que construir o caminho para deter a onda de desindustrialização e avançar, sobretudo, em um momento em que o país carece de políticas de fortalecimento das cadeias produtivas. Além do governo apresentar uma visão de precarização, com reforma Trabalhista, Carteira Verde e Amarela e incentivo à uberização para a classe trabalhadora”, afirmou.

Participaram representantes da Abimaq (máquinas), Confederação Nacional da Indústria, BNDES, Ministério da Economia, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, Confederação Nacional do Comércio.  

“É importante reforçar que os trabalhadores precisam estar nas mesas de discussões. Não temos problemas em discutir competitividade e produtividade, temos que ter investimentos em novas tecnologias e uma transição justa para os novos postos de trabalho que surgirão. Queremos saber se os empresários topam discutir a inclusão dos ganhos de competitividade e produtividade na renda dos trabalhadores”, questionou.

“Um país do tamanho do Brasil não se viabiliza se não tiver indústria forte e capaz de desenvolver e gerar pesquisa, desenvolvimento, engenharia e inovação. Pelo contrário, o governo aponta para o caminho do retrocesso, ao incentivar a informalidade, do enfraquecimento das políticas industriais e de retirada de direitos dos trabalhadores”, criticou.

O dirigente apontou que o Brasil bateu o recorde de informalidade, com quase 39 milhões de brasileiros e brasileiras, 41,4% da população, sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria e sem CNPJ.

“Muitos acham que esses trabalhos por aplicativo sejam o futuro do trabalho, com trabalho exaustivo, sem nenhum direito e recebendo menos do que um salário mínimo. A preocupação são os trabalhos das próximas gerações”, disse (confira quadro).

O dirigente apresentou propostas de fortalecimento das cadeias produtivas, como a defesa de uma política industrial e tecnológica, atualização de estudos de competitividade, metas e incentivos para elevação da produtividade, fortalecimento dos arranjos produtivos, capacitação profissional de trabalhadores, de gestores e 4.0, entre outros.

Para aprofundar o debate, os Metalúrgicos do ABC exibem no sábado, dia 7, o filme “GIG – a uberização do trabalho”, no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da Sede, a partir das 9h. Após a exibição haverá um debate com o diretor do filme, Carlos Juliano Barros, sobre as novas formas de trabalho e a precarização.