Rafael defende cotas em palestra no Trabalho e Cidadania

Após citar pesquisa em que 77% dos brasileiros aprovam as políticas afirmativas no Brasil, presidente do Sindicato lembrou que trabalhadores iniciaram esse debate no País


Rafael (à direita, segurando o banner) junto com a turma do curso. Foto: Raquel Camargo / SMABC

Em palestra realizada nesta terça-feira (19) no curso Trabalho e Cidadania, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, comemorou o resultado de pesquisa sobre a política de cotas em universidades públicas.

Implementada no governo Lula e ampliada pela presidenta Dilma, a ação foi aprovada por 77% dos consultados em levantamento feito pelo Ibope, sob encomenda do jornal O Estado de S. Paulo.

“Esse resultado deixa a gente muito satisfeito, pois o Sindicato sempre lutou pela inclusão dos negros, mulheres, jovens e pessoas com deficiência”, disse Rafael.   

“Aliás, os primeiros debates sobre políticas afirmativas em busca da redução das desigualdades sociais foram feitos pelos trabalhadores”, lembrou.

Brasil melhor
“Também por isto, é muito bom saber que hoje essa visão de uma sociedade mais justa é compartilhada pela maioria dos brasileiros”, prosseguiu Rafael.

“Apoiamos as cotas por que permitem o acesso de populações mais pobres chegarem à universidade e depois deste acesso alcançarem êxito nas carreiras que optarem”, destacou.

“Essa oportunidade está mudando o Brasil para melhor”, afirmou o dirigente.

Pesquisa
O levantamento aponta que 62% da população são a favor dos três tipos de cotas em universidades públicas – étnicas (negros e índios), econômicas e para alunos da escola pública.

Quando a pesquisa é feita separadamente, ou seja, relacionando apenas a renda, 77% aprovam que exista cota para garantir a participação em universidades.

O Ibope entrevistou 2002 pessoas em todas as regiões do País entre os dias 17 e 21 do mês passado.

Novo Regime, economia, negociações…   
Durante o dia inteiro, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, e 28 trabalhadores na Mercedes, IGP, Itaesbra, Rolls Royce e Delga participaram das atividades do curso Trabalho e Cidadania, organizado pelo Departamento de Formação e realizado na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT). 

Os companheiros aproveitaram a visita do dirigente para tirar dúvidas sobre as negociações feitas pelo Sindicato, como a de isenção do imposto de renda sobre a PLR e das campanhas salariais, entre outros assuntos.

“Nossa luta agora, após termos conquistado uma tabela de deduções para quem recebe acima de R$ 6 mil em PLR, é que o índice seja reajustado anualmente”, disse Rafael.

Novo Regime
O futuro da indústria automotiva e de toda a cadeia produtiva com forte influencia da entrada de produtos da China e o Novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, também estiveram no debate entre os companheiros e Rafael.

“As relações comerciais entre o Brasil e a China são importantes para o nosso País”, explicou. “Temos que estar organizados para atender a demanda do Inovar-Auto e não permitir que a China tenha vantagens desproporcionais sobre nós”, concluiu o presidente do Sindicato.

Quem faz o Trabalho e Cidadania
“Me formei pelo Madureza (atual supletivo) e fiz desenho mecânico no Sindicato. Hoje, 43 anos depois, fiquei emocionado em voltar”. Antonio Tose, ajustador na Rolls-Royce.

“É muito interessante. Eu não tinha noção de como funciona a estrutura do Sindicato. Todo mundo deveria participar do curso”. Tuane Mogaroto, assistente de logística na Itaesbra. 

“É importante ter esse conhecimento da luta para mantermos a região industrial e garantir um futuro polo de ferramentaria”. Joselito de Oliveira, ferramenteiro na Mercedes-Benz. 

“Gostei de conhecer a história do Sindicato. Se tivesse um curso profissionalizante eu também faria”. Antonio Carlos Campos, operador de ponteadeira de robô na Itaesbra.

Da Redação