Ruas de todo o país são tomadas no 3º Tsunami pela educação e Previdência pública
População deu mais uma demonstração de luta e resistência contra os desmontes promovidos pelo governo Bolsonaro
Foto: Paulo Pinto
Estudantes, trabalhadores e movimentos sociais tomaram as ruas de várias cidades do país ontem para protestar contra as medidas do governo Bolsonaro, com foco principal para os cortes na educação e a reforma da Previdência. Em São Paulo, o ato reuniu milhares de pessoas no vão livre do Masp, na Avenida Paulista.
O secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, lembrou que a manifestação ocorre no mesmo dia em que está sendo votado na Câmara o PLV 17, projeto que aprofunda a reforma trabalhista. “A população não suporta mais retirada de direitos. Essa é mais uma demonstração de resistência e luta, de que o povo vai continuar nas ruas enquanto não houver uma política de desenvolvimento social e econômico que torne esse Brasil mais justo e igualitário”.
“Esse governo não gosta de ouvir a população. A maioria é contra a reforma da Previdência porque entende que ela prejudica os brasileiros. É importante que cada vez mais trabalhadores, estudantes e movimentos venham para a rua para dar os rumos ao Brasil. Se o governo não tem rumo, a população vai mostrar qual rumo para o País crescer, voltar a ser um país inclusivo, democrático e que olhe para sua população, não que governe olhando para a população de outros países”, completou.
“As ruas do país estão tomadas com os brasileiros que querem dizer não ao desmonte da Previdência, ao desmonte da educação e entrega do patrimônio público e em defesa da democracia e da soberania. Além dos atos que ocorrem em todos os estados, as mulheres estão numa grande marcha em Brasília. Parabéns, classe trabalhadora”, lembrou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
Para o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Iago Montalvão, o governo escolheu a educação como inimiga. “A educação possibilita o pensamento crítico. Governos autoritários não suportam uma população crítica. Atacam a universidade para destruir, também a ciência”.
A mobilização se dá também contra o programa “Future-se”, lançado há pouco e cujo objetivo é atrair incentivo privado às universidades públicas e acabando com o financiamento federal. O Future-se foi recebido como um caminho para a privatização do ensino.
Cortes
Em março, o governo determinou o congelamento de R$ 5,8 bilhões do orçamento da educação. No mês seguinte, o MEC, Ministério da Educação, bloqueou R$ 1,7 bilhão dos orçamentos próprios das universidades federais. No dia 30 de julho foram congelados mais R$ 348 milhões, destinados a livros didáticos. No último dia 6, projeto de Bolsonaro encaminhado ao Congresso “remaneja” mais R$ 3 bilhões dos ministérios, sendo um terço disso das universidades.
Da Redação