Saúde: Trabalhadores da saúde e a pandemia coronavírus

O trabalho em saúde é desenvolvido, predominantemente, como um trabalho coletivo, seja em ambiente público ou privado. É realizado em equipe, por diversos trabalhadores habilitados a realizar uma série de tarefas, visando preservar a vida e/ou assistir à saúde dos usuários de um sistema de saúde. Nesse contexto, profissionais médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, e tantos outros, dedicam-se ao ato de cuidar.

Se perguntarmos aos trabalhadores da saúde o que os motiva em seus trabalhos provavelmente responderão “promover o bem-estar; melhorar o estado de saúde do paciente; prestar um atendimento de qualidade; contribuir para uma atenção mais humanizada e integral à saúde; restabelecer a saúde; cuidar das pessoas, de grupos de pessoas, em todas as fases da vida: desde o nascimento até a morte”.

Porém, em contrapartida aos serviços prestados, a maioria dos trabalhadores do setor da saúde ganham salários muito baixos e são submetidos a sobrecarga horária, sendo obrigados a prestar serviços em condições que colocam em risco a qualidade dos cuidados prestados aos doentes. Por outro lado, o governo Bolsonaro investe no desmonte dos serviços públicos em geral e quer acabar com o SUS, como fez com o programa Mais Médicos. A crise causada pela pandemia do Coronavírus, em que pese a sua importância, expõe a fragilidade das medidas econômicas e sociais adotadas pelo governo. 

É nesse contexto que nós, metalúrgicos do ABC, prestamos homenagem às trabalhadoras e trabalhadores do setor saúde, em respeito e reconhecimento aos trabalhos prestados às populações de São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra e nos somamos às suas lutas em defesa do  SUS; proteção ao emprego, com estabilidade; garantir os investimentos públicos necessários para fortalecer os serviços públicos, especialmente a saúde e a proteção social; suspensão do pagamento da dívida pública e utilização dos recursos para fortalecer a seguridade social (saúde, previdência e assistência social); revogação da Emenda Constitucional 86, que estabelece medidas que reduzem os valores obrigatórios para a saúde; pagamento de auxílio creche no valor de 1 salário mínimo para contratação de um cuidador/a domiciliar para os/as profissionais de saúde com filhos menores de 12 anos; garantir que trabalhadores e trabalhadoras da saúde tenham acesso aos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e treinamento adequado para utilizá-los, bem como tenham a saúde monitorada; contratação emergencial de profissionais da saúde para reforçar as equipes de atendimento em todos os equipamentos de saúde, através do programa Mais Médicos; autorizar a realização de concursos públicos para recompor a força de trabalho no SUS e na Anvisa, considerando que, no médio prazo, também haverá desdobramento para atendimento à população que contrair o vírus.

Juntos somos fortes e superamos crises.

Muito obrigado companheiras e companheiros da saúde.

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC